sábado, 25 de janeiro de 2014

Notícias GP 2014_Parte 1

Notícia 1: Mary Barra: A mulher que estará ao volante da GM

A história de Mary Barra, que na passada quarta-feira foi oficializada como nova CEO da General Motors, é peculiar em muitos aspectos. A imprensa internacional exortou o facto de ser a primeira mulher nos comandos de um grupo automóvel, mas há outra singularidade: passa da direcção dos recursos humanos para a liderança da companhia. Pelo meio, num mundo em que os executivos saltam de empresa em empresa, ela permanece na GM há 33 anos
A colunista do Washington Post especialista em liderança, Jena McGregor, salienta que é incomum nos grandes grupos a passagem dos Recursos Humanos para um posto de liderança executiva. “Mesmo tendo em conta que os CEO frequentemente referem que os recursos humanos são a sua principal matéria-prima, é raro que um quadro vindo do departamento de RH chegue ao topo da companhia”.  “Não é o percurso normal de quem chega a CEO”, corrobora, John Wood, vice-presidente da empresa de recrutamento de executivos Heidrick & Struggles.
A mesma especialista em liderança, Jena McGregor, explica o porquê de a ligação entre recursos humanos e liderança executiva não ser directa no mundo empresarial. “Em algumas empresas, os recursos humanos têm ainda a reputação de serem um lugar recôndito onde se trata de questões administrativas. Mas tipicamente, o maior impedimento é não terem experiência de gestão ou a responsabilidade de trabalhar com perdas e lucros”, defende McGregor.
Numa abordagem diferente, à tomada de posse da executiva de 52 anos, a revista Forbes diz que Mary Barra é amada pelas câmaras fotográficas, pelos empregados, mas questiona se os investidores a vêem da mesma forma.
Barra iniciou a sua caminhada na GM com um vídeo destinado aos trabalhadores do grupo, com uma mensagem para que continuassem a melhorar o desempenho. A executiva é ainda elogiada por manter a calma em momentos de grande pressão.
Mas a mesma revista económica coloca uma interrogação: qual será a percepção dos investidores? A Forbes avança que os sinais são de desapontamento face às diminutas previsões de ganhos em 2014, tal como a permanência de alguns focos de instabilidade pelo Mundo. As acções do grupo de Detroit caíram 2% na última quarta-feira, um dia depois de comunicar que ia distribuir os primeiros dividendos por accionistas desde a crise de 2008.
 
 
Notícia 2: Despedimento que envolve as redes sociais (Facebook)

Há anos que casos de despedimento que envolvem as redes sociais fazem jurisprudência lá fora, mas esta é a primeira sentença proferida em Portugal sobre o tema. O Tribunal de Matosinhos aceitou o despedimento de um trabalhador da Esegur depois de este ter publicado comentários e ofensas no Facebook.
Segundo o Jornal de Notícias, o trabalhador foi despedido por justa causa em janeiro passado, depois de posts num grupo no Facebook que o juiz considerou ofensivos para "a imagem, dignidade e bom nome" dos executivos e trabalhadores da Esegur visados.
O funcionário era vigilante da empresa e também delegado sindical. Administrava um grupo privado no Facebook (ao qual só têm acesso os membros aprovados) que reunia empregados e ex-empregados da Esegur. Os posts em causa datam de setembro a dezembro de 2012 e incluem acusações de que a empresa o humilhava, ordenava perseguições e mentia. Apelidou colegas de analfabetos e imbecis e publicou fotos de palhaços para classificar os chefes.
Até agora, os casos que tinham chegado a tribunal visando redes sociais tinham terminado em acordo. Neste caso, o tribunal tinha de se pronunciar sobre os meios de recolha de prova: posts num grupo privado são ou não admissíveis? O juiz acabou por considerar que um grupo com 140 membros, mesmo sendo fechado, não podia gerar a expectativa no autor de que "os posts ali publicados não extravasariam o círculo dos membros" que dele faziam parte. Considerou ainda que o grupo tinha um cariz profissional e por isso todos os conteúdos eram passíveis de violarem os deveres laborais a que o funcionário estava sujeito.
O despedimento por justa causa foi ainda fundamentado com ações de desobediência aos superiores e uma falta injustificada, que o tribunal validou inteiramente.
Ainda este fim de semana, outro caso de despedimento devido a redes sociais foi notícia: nos Estados Unidos. A relações públicas Justine Sacco foi demitida da IAC - InterActive Corp - depois de publicar um tweet que foi considerado racista e ofensivo.
"Vou à África. Espero não apanhar SIDA. Estou a brincar. Eu sou branca!" foi o tweet que causou tremenda polémica e levou a executiva a ser imediatamente demitida.