Notícia 1: Mary Barra: A mulher que estará ao volante da GM
A
história de Mary Barra, que na passada quarta-feira foi oficializada
como nova CEO da General Motors, é peculiar
em muitos aspectos. A imprensa internacional exortou o facto de ser a
primeira mulher nos comandos de um grupo automóvel, mas há outra
singularidade: passa da direcção dos recursos humanos para a liderança
da companhia. Pelo meio, num mundo em que os executivos
saltam de empresa em empresa, ela permanece na GM há 33 anos
A
colunista do Washington Post especialista em liderança, Jena McGregor,
salienta que é incomum nos grandes grupos a passagem dos Recursos
Humanos para um posto de liderança executiva.
“Mesmo tendo em conta que os CEO
frequentemente referem que os recursos humanos são a sua principal
matéria-prima, é raro que um quadro vindo do departamento de RH chegue
ao topo da companhia”. “Não
é o percurso normal de quem chega a CEO”, corrobora, John Wood,
vice-presidente da empresa de recrutamento de executivos Heidrick &
Struggles.
A
mesma especialista em liderança, Jena McGregor, explica o porquê de a
ligação entre recursos humanos e liderança executiva não ser directa no
mundo empresarial. “Em algumas empresas,
os recursos humanos têm ainda a reputação de serem um lugar recôndito
onde se trata de questões administrativas. Mas
tipicamente, o maior impedimento é não terem experiência de gestão ou a responsabilidade de trabalhar com perdas e lucros”, defende McGregor.
Numa
abordagem diferente, à tomada de posse da executiva de 52 anos, a
revista Forbes diz que Mary Barra é amada pelas câmaras fotográficas,
pelos empregados, mas questiona se os
investidores a vêem da mesma forma.
Barra
iniciou a sua caminhada na GM com um vídeo destinado aos trabalhadores
do grupo, com uma mensagem para que continuassem a melhorar o
desempenho. A executiva é ainda elogiada
por manter a calma em momentos de grande pressão.
Mas
a mesma revista económica coloca uma interrogação: qual será a
percepção dos investidores? A Forbes avança que os sinais são de
desapontamento face às diminutas previsões de ganhos
em 2014, tal como a permanência de alguns focos de instabilidade pelo
Mundo. As acções do grupo de Detroit caíram 2% na última quarta-feira,
um dia depois de comunicar que ia distribuir os primeiros dividendos por
accionistas desde a crise de 2008.
Notícia 2: Despedimento que envolve as redes sociais (Facebook)
Há
anos que casos de despedimento que envolvem as redes sociais fazem
jurisprudência lá fora, mas esta é a primeira sentença proferida em
Portugal sobre o tema. O Tribunal de
Matosinhos aceitou o despedimento de um trabalhador da Esegur depois de
este ter publicado comentários e ofensas no Facebook.
Segundo o
Jornal de Notícias, o trabalhador foi despedido por justa causa em
janeiro passado, depois de posts num grupo no Facebook que o juiz
considerou ofensivos para "a imagem, dignidade e bom nome" dos
executivos e trabalhadores da Esegur visados.
O
funcionário era vigilante da empresa e também delegado sindical.
Administrava um grupo privado no Facebook (ao qual só têm acesso os
membros aprovados) que reunia empregados e
ex-empregados da Esegur. Os posts em causa datam de setembro a dezembro
de 2012 e incluem acusações de que a empresa o humilhava, ordenava
perseguições e mentia. Apelidou colegas de analfabetos e imbecis e
publicou fotos de palhaços para classificar os chefes.
Até
agora, os casos que tinham chegado a tribunal visando redes sociais
tinham terminado em acordo. Neste caso, o tribunal tinha de se
pronunciar sobre os meios de recolha de prova:
posts num grupo privado são ou não admissíveis? O juiz acabou por
considerar que um grupo com 140 membros, mesmo sendo fechado, não podia
gerar a expectativa no autor de que "os posts ali publicados não
extravasariam o círculo dos membros" que dele faziam
parte. Considerou ainda que o grupo tinha um cariz profissional e por
isso todos os conteúdos eram passíveis de violarem os deveres laborais a
que o funcionário estava sujeito.
O
despedimento por justa causa foi ainda fundamentado com ações de
desobediência aos superiores e uma falta injustificada, que o tribunal
validou inteiramente.
Ainda este fim de semana, outro caso de despedimento devido a redes sociais foi
notícia: nos Estados Unidos. A relações públicas Justine Sacco foi
demitida da IAC - InterActive Corp - depois de publicar um tweet que foi
considerado racista e ofensivo.
"Vou
à África. Espero não apanhar SIDA. Estou a brincar. Eu sou branca!" foi
o tweet que causou tremenda polémica e levou a executiva a ser
imediatamente demitida.