Artigo redigido por Davide Gouveia*
DG77|2007-13|15
GERAÇÃO Z = NATIVOS DIGITAIS
Antes de tudo, vamos relembrar a classificação das gerações: Os Baby boomers, são os filhos da Grande geração e geração silenciosa, sendo pessoas nascidas nos 40 e 50 até o início dos anos 60. Já a Geração X são as pessoas nascidas nas décadas de 1960 e 1970. Já a Geração Y
são pessoas nascidas entre 1977/78 e nos anos 80 até meados dos 90. Já a
Geração Z são os indivíduos nascidos por volta de meados dos anos 1990 e
Década de 2000 em diante.
Os jovens da geração Z, com idade entre 16 e 20 anos, já estão começando
a entrar no mercado de trabalho, e isso vai exigir que as empresas
façam mais do que repetir comportamentos e práticas adotados na gestão
da geração Y (entre 21 e 32 anos) para atrair e reter esses novos
profissionais. A
chegada dessa nova geração ao meio organizacional já causa certos
impactos por conta das características peculiares desse jovens e vai
exigir que empresas se adaptem e apliquem novas práticas para atrair e
reter esses profissionais.

Os nativos digitais são menos motivados por dinheiro que a Geração Y
e têm mais ambições empreendedoras. A pró-atividade com relação aos
meios digitais também levam muitos a desejarem ter sua própria start-up. No fundo, não nasceram serem empregados e sim para empreender e empregar! Estes jovens conectados vivem num mundo sem fronteiras e experimentam
constantemente coisas novas. Eles trocam de celular a cada seis meses,
por exemplo. São usuários intensivos das redes sociais e não entendem
porque algumas companhias bloqueiam esses serviços. Para eles, navegar
por esses sites faz parte do seu dia a dia.

Diferentemente da Geração Y, os nativos digitais não têm em mente o conceito "work hard, play hard".
O jargão sempre foi usado pelos jovens que se esforçavam muito no
trabalho para ganhar bem e ter tudo que desejavam. Os Y gastam com audácia e poucos limites enquanto
que grande parte dos Z prefere economizar. Motivo: A geração Y cresceu
em um momento de economia forte e a atual cresceu com o terrorismo,
complexidade e volatilidade.
Outra situação é que os nascidos neste milênio não querem abrir mão do seu tempo livre.
Não consideram que trabalhar muito e ficar no escritório horas depois
do fim do expediente seja gratificante. Além disso, eles preferem
trabalhar de casa. Oito em cada dez brasileiros da Geração Z exigem condições de trabalho mais flexíveis que as gerações anteriores, aponta uma pesquisa da Randstad.
Quando o assunto
é trabalho, empresários e gestores (maioria "X") se perguntam como os jovens Z
influenciarão o mercado profissional. Adianto que eles iniciarão uma
tendência que deve perdurar a partir deles: a de integração total com a
tecnologia. Enquanto alguns empresários vêem a chegada desses nativos
tecnológicos com otimismo, outros, mais conservadores, temem pelo que
está por vir.
Para começar, é necessário que as empresas
entendam que esses jovens vivem num ritmo fragmentado, devido à
variedade de atividades que executam simultaneamente: ouvem música,
navegam na internet e assistem filmes, tudo ao mesmo tempo. Se pensarmos
que em breve eles chegarão ao primeiro emprego, essa característica
poderá ser benéfica na medida em que trará funcionários multitarefa. Por
outro lado, se não receberem instruções para focarem suas atividades,
serão profissionais dispersos, que se concentram muito menos em uma só
ocupação.
O celular, o Facebook e o Instagram fazem com que as crianças e jovens de hoje vivam em constante
diálogo e valorizem a comunicação. Dessa forma, tendem a exigir acesso
direto aos superiores e explicações daquilo que lhes é solicitado. Em
empresas com uma hierarquia flexível, essa atitude é positiva, até
encorajada, mas, em companhias com posições bem definidas, os
questionamentos da podem não ser tão bem vistos. O desafio estará em capacitar líderes que consigam uma boa comunicação, uma excelente relação inter e intra-pessoal e que mantenha a equipe focada e motivada. Esses líderes precisam oferecer nos ambientes de
trabalho reuniões com os diferentes profissionais para integrá-los.
Assim, cada um poderá mostrar seu potencial, sem atrapalhar o bom
desempenho das atividades na empresa.
A realidade é que esses jovens podem dar muita dor de cabeça, e muito grave, se a
empresa não atender às suas necessidades, tanto como clientes quanto
como funcionários.
Tem solução? Claro que sim! Vejamos:
Parece-me de extrema importância que as empresas construam um ambiente de troca,
valorização da diversidade e bom relacionamento entre as gerações X, Y e
Z, além de alguns baby boomers, ainda no mercado de trabalho. Tal
interação é fundamental para garantir foco, resultados, assertividade,
flexibilidade e agilidade. Se não é possível ter tudo isso em uma única
geração, porque não integrar as quatro gerações a favor da empresa,
beneficiando a todos os envolvidos!?? Deixem de lado os preconceitos e ideias pré-concebidas do certo e errado e aproveitam esta conjuntura fantástica de evolução da sociedade e dos jovens!
Não vale a pena lutar contra algo que está iminente e é inquestionável, a geração Z está a chegar com toda a força! Felizmente algumas organizações já conhecem a importância
de valorizar e motivar seus funcionários. Para se prepararem para
receber a geração Z que já está prestes a iniciar a próxima onda de
revolução no mercado de trabalho. Será necessário cuidar da construção
de uma cultura organizacional em que a diversidade seja vista como algo
positivo e não ameaçador.
Além disso, reforço que as empresas terão de capacitar suas lideranças para
engajar as pessoas promovendo uma gestão participativa, criando o hábito
do feedback constante, agregando valor não apenas para o cliente, mas
para toda a cadeia produtiva e promover aprimoramento pessoal e
profissional personalizados. Estas são maneiras de investir e estimular os jovens e a todos os demais
profissionais para que se sintam satisfeitos e realizados. Sendo assim,
utilizarão toda a energia da qual dispõem para oferecer o melhor de si
para a empresa. As empresas e acima de tudo os Diretores/Gerentes e etc da Geração X precisam se reinventar para reter talentos e
se destacar no mercado!
O importante é que independente da geração a que o profissional pertença, o objetivo principal de uma empresa é obter lucro. Para essa finalidade não existe uma receita absoluta, porém, para se
estabelecer, ela exige um requisito básico dos colaboradores envolvidos,
que é a capacidade de se trabalhar em equipe.
Todas as gerações têm a ensinar umas às outras e feliz daquele que é
capaz de ouvir corretamente e se impor corretamente. Mas o que é ser
correto? As gerações mais antigas têm a capacidade bem definida de pensar
estrategicamente, o que torna suas decisões estatisticamente mais
acertadas. Enquanto o jovem pode inovar constantemente por meio das suas
ideias os profissionais das gerações anteriores viabilizam a inovação
sem os prejuízos que estas podem causar por não terem sido concebidas de
maneira estratégica.
A boa notícia?
Atualmente, muitos líderes das gerações Baby Boomer e X estão se
tornando cada vez mais Y. Isso devido ao crescimento exponencial do
volume de informações que devem ser consumidas diária e
instantaneamente. Embora a maioria dos executivos tenham tido sua
formação e inicio de carreira em uma época diferente da de hoje, eles
começam a esboçar um novo perfil de comportamento diante de uma nova
realidade: ou se envolvem ou serão envolvidos.
Desta forma, a empresa do futuro se apresentará como aquela que será capaz
de conciliar diferentes gerações em um mesmo ambiente de trabalho,
extraindo o que cada profissional tem de melhor e equilibrando os
potenciais individuais em função do bem estar coletivo.
* Manager do Blogue desde Outubro de 2007.