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Fonte: http://www.imdb.com |
Apresento um artigo interessante da
revista época negócios em que o objecto de estudo foi a execução de uma analogia entre o mundo virtual do
cinema e o mundo empresarial real, projetando 12 lições de carreira
retiradas do último filme de James Bond. Tendo sido, abordados aspectos primordiais
do desenvolvimento sustentado de uma carreira profissional, tais como:
valores, relação líder-liderado, visão estratégica, realizações pessoais
e profissionais, alinhamento dos objectivos pessoais e organizacionais, engagement e relacionamento interpessoal.
29/11/2012 - por DANIELA ALMEIDA:
É a primeira vez que o sempre imbatível agente secreto se mostra
humano, com defeitos e qualidades. A grande virada do personagem
principal da trama acontece, segundo os especialistas, porque ele decide
enxergar profissionalmente a decisão de M. Ele questiona a chefia e, ao
ouvir que ela fez “o que precisava ser feito”, passa a encarar a
situação com objetividade. “Ele entende que sua chefe teve que tomar uma
decisão arriscada e, como toda decisão arriscada, existe a
possibilidade de acertos e erros”, diz Sulivan França, presidente da
Sociedade Latino Americana de Coaching (SLACoaching).
O contraponto de Bond é o vilão Raoul Silva (Javier Bardem). Ex-agente
da corporação, Silva passou por uma situação semelhante à de Bond no
passado. Ao contrário de 007, contudo, ele se rebela e volta para se
vingar de M. “Esse é o papel típico de profissionais que se encontraram
em crise em determinados momentos de suas carreiras e se rebelaram
contra seus chefes. E qual a melhor forma de vingança? Evidentemente,
virarem chefes”, afirma Van Marchetti, da Attitude Plan. “O discurso é
sempre o mesmo: ‘vou ser líder, não chefe’, ‘sei o que sofri, por isso
vou saber como tratar meus funcionários’, ‘agora vou fazer meus
horários’... Muitos acertam, mas a maioria sucumbe. Na prática, a
realidade é bem menos virtual.”
Já as questões da liderança são bem encarnadas pela personagem de M. É
ela quem tem de conviver com as consequências de suas decisões e que
agora, apesar de seu histórico de sucesso na agência, precisa provar que
ainda é boa de resultados. Para França, ficou claro como M sentia o
peso de ter tomado uma decisão desastrosa. “Essa solidão é muitas vezes
vivida por chefes.”
A boa e velha cobrança das empresas por resultados, adivinhe, está na
trama. Bond, prestes a parar depois de uma bela carreira, teve que
voltar e mostrar resultado. M, depois de anos e uma brilhante
trajetória, também foi cobrada por resultados precisos e pontuais.
“Resultado é coisa de momento e não algo que podemos conquistar e usar
como apoio ou porto seguro. Tentar esconder a falta de resultados no
momento atual, usando com base resultados do passado, pode ser um grande
equívoco, muitas vezes imperdoável”, afirma França.
Confira, abaixo, as lições de carreira do filme Operação Skyfall.
Revise sua trajetória profissional:
Esse é o primeiro passo para quem está em crise na profissão. Algumas
perguntas ajudam. Quais foram suas principais realizações até agora?
Quais seus principais momentos de sucesso? Seu crescimento profissional
está estagnado? Há quanto tempo? Quem é o responsável real e quem é o
imaginário – ou seja, quem você culpa? Você adiou planos? Quais? Há
quanto tempo vem agindo por reflexo?
Seja comprometido: Neste episódio da série, Bond
entrou em crise, mas retornou, pois seus valores falaram mais alto. O
comprometimento está diretamente ligado a isso. Ele acredita em suas
ações e no objetivo, por isso coloca suas dúvidas existenciais de lado e
segue seus princípios.
Aprenda a lidar com o conflito entre gerações: A cena
em que Bond encontra o (bem mais) jovem cientista Q, responsável por
entregar o armamento ao agente, é hoje uma realidade nas empresas. No
início, Bond não aceita muito bem a ideia, mas depois percebe que uma
ação complementa a outra e potencializa o resultado final. Saber
conciliar a criatividade dos mais jovens com a atuação madura e mais
concreta dos veteranos é uma vantagem competitiva.
Não assuma o papel de vítima: Os dois agentes (Bond e
Silva) passaram pela mesma situação de serem entregues pela líder M à
morte, mas cada um reagiu de forma diferente. Enquanto Bond decide
voltar para salvar a equipe, Silva retorna para vingar-se. Lidamos com
as adversidades de duas maneiras: ou aceitamos os fatos, reavaliamos e
mudamos ou nos tornamos pseudovítimas, criando ambientes de fofocas
corporativas, mudando de emprego constantemente e insistindo em agir da
mesma maneira.
Identifique o que o motiva: A principal diferença
entre os agentes é que Bond está comprometido com a causa do projeto e
Silva, com sua própria causa. Ser movido por motivos pessoais é válido,
mas o ideal é que tanto os objetivos individuais como os da empresa
estejam alinhados. Se para você o que conta é o reconhecimento, por
exemplo, precisa estar em um lugar que valorize a meritocracia.
Separe o profissional do pessoal: Bond entende de
forma clara que sua chefe teve que tomar uma decisão arriscada e, assim
como poderia acertar, errou. Justamente por ter esta consciência, ele
encara a decisão de M como profissional, em vez de levá-la para o lado
pessoal.
Questione quando necessário: Nem sempre Bond tem uma
visão estratégica. “Ele só executa, sem avaliar os impactos”, afirma
Márcia Leal, analista de RH da consultoria People On Time. Questionar
nem sempre é uma atitude de enfrentamento. Pelo contrário, mostra que o
funcionário está tão empenhado com os resultados quanto seu líder.
Cuidado com o equilíbrio: É ótimo que Bond confie em
sua chefe e siga seus princípios, mas deixar completamente a vida
pessoal de lado certamente não é uma atitude saudável.
Tenha atitude: Bond é incansável. Quando uma
estratégia não dá certo, logo parte para outra e assim por diante, até
atingir seu objetivo. Isso é a verdadeira proatividade e a busca
incansável por resultados positivos e missão cumprida.
Enfrente seus medos: Bond decide retornar a Skyfall, o
lugar onde pode enfrentar seus próprios “demônios”. “Em meu trabalho
como consultora e instrutora de oratória, trabalho muito o medo de
exposição das pessoas e sei que enquanto não atuar na origem desses
medos, não adianta ensinar postura e performance em apresentações”, diz
Van.
Quer acertar? Aceite seus erros: M, em muitos
momentos, parece não aceitar suas falhas. Um líder precisa reconhecer e
aceitar seus erros, desculpar-se quando necessário e ser firme quando o
momento exige.
Confie: Na cena em que M não leva em conta a
reprovação dos testes e libera Bond para voltar ao trabalho, entra um
gancho fundamental para a relação líder-liderado: a confiança. Aqui o
subjetivo supera as provas técnicas e a decisão de M acaba sendo a mais
correta.
Analistas(fontes): Van Marchetti (Attitude Plan), Sulivan França (SLACoaching) e Márcia Leal (People On Time)
Fonte: http://epocanegocios.globo.com