quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

François Pienaar inspira estudantes da Porto Business School

No passado dia 4 de Fevereiro de 2013 pelas 19 horas, tive o privilégio de assistir a uma fantástica sessão especial na Porto Business School que teve como orador inspirador François Pienaar, o histórico capitão da equipa de rubgy sul-africana (The Springboks) que se sagrou campeão no mundial de 1995.

Durante a primorosa sessão, conduzida por Nuno de Sousa Pereira, Dean da Porto Business School, o orador, cuja jornada de liderança inspirou Clint Eastwood para o filme Invictus (2009), respondeu às perguntas da audiência sobre o tema “The Courage to Lead”. 

Durante a sessão, tive o prazer, da companhia do meu ilustre amigo e colega de Pós-Graduação, António Machado Vaz, que teve o cuidado de partilhar com amigos que não tiveram a oportunidade de estar presentes a sua perspectiva do discurso emocional de François Pienaar. Neste sentido, e com o devido aval do autor, transcrevo a partilha: 

Meus Caros,

   Ontem fui ver à EGP o François Pienaar, capitão da selecção de rugby da Africa do Sul que venceu o campeonato do mundo de 1995 – e que inspirou o filme “Invictus”
   Falou da sua experiência com Nelson Mandela, da sua carreira desportiva e tirou algumas conclusões sobre a liderança no desporto e a forma como pode ser aplicada á gestão.
   Este vídeo é um belíssimo complemento à conferencia de ontem e para que se perceba a importância desse campeonato para unir a Africa do Sul enquanto país e para evitar uma guerra civil.
    Quando Mandela saiu da cadeia - depois de 27 anos preso na ilha de Roben, numa cela 2m por 4m, da qual só saía para ir "dar uma perninha" nos trabalhos forçados - estava toda a gente á espera que se iniciasse uma guerra civil. Os negros teriam finalmente a merecida vingança, depois de 50 anos de apartheid. E o que é que o homem fez? Perdoou a toda a gente! 
   Mas o Mandela é o Mandela! O resto dos negros continuavam sedentos de vingança e várias facções radicais estavam dispostas a entrar em conflito.

Como se sai de uma situação aparentemente irresolúvel?

Como se apagam 50 anos de ressentimento, de abusos e humilhações?


A conclusão final é que há, de facto, lideres inspiradores, que motivam as pessoas a excederem-se e a ultrapassarem circunstâncias aparentemente impossíveis;

Que mudaram o paradigma e abordaram o problema de uma forma inovadora.

John Kennedy  viveu a crise dos misseis de Cuba – provavelmente o momento em que o mundo mais perto esteve de uma guerra nuclear. Em Maio de 61, disse “até ao fim da década vamos pôr um homem na lua”. Mudou o paradigma; alterou o foco: em vez de combater com os russos, resolveu competir com eles.
 
Histórias destas dão-nos força para acreditar que é possível dar a volta à situação que vivemos actualmente.

De notar que Pienaar terminou a conferência fazendo um apelo à ética e aos princípios, citando Rudyard Kipling:
 
When you get what you want in this struggle for self,
And the world makes you king for a day
Then go to your mirror and look at yourself
And see what the man has to say.
For it isn't your father, your mother or wife,
Whose judgement of whom you must pass,
The fellow whose verdict counts most in your life,
Is the guy staring back in the glass.
He is the man you must please never mind all the rest,
For he's with you clear up to the end.
And you have passed your most difficult and dangerous test,
When the man in the glass is your friend.
You can be like another and chisel a plum,
And think you're a wonderful guy,
But the man in the glass says you're only a bum,
If you can't look him straight in the eye.
You can fool the whole world, down the pathway of years,
And get pats on the back as you pass,
But your final reward will be heartache and tears,
If you've cheated the man in the glass.
 
Sem dúvida, um exemplo a seguir.
 
António Machado Vaz