domingo, 19 de maio de 2013

Comunicação e Liderança

Seguindo a linha pensamento abordada na publicação anterior, os bons líderes, são aqueles que sabem tirar partido de todos os indivíduos que, juntos, formam a sua equipa. Na maior parte das vezes, temos o capital humano que temos, e não existe nem a capacidade nem os recursos para contratar/captar mais ninguém, sendo primordial para obter os resultados pretendidos, tirar o melhor partido de cada pessoa, através do conhecimento e do processo refletivo. Enquanto líderes devemos estar, absolutamente, conscientes das forças, fraquezas, virtudes e defeitos das pessoas que lideramos. Só então poderemos começar a distribuir responsabilidades, conseguindo que todos adiram e se sintam parte da equipa.
Um dos aspetos importantes, que vem no seguimento do referido, anteriormente, tem a ver com a resolução imediata de problemas detetatos, isto é, mesmo que o líder tome consciência da forma correta de atribuição de responsabilidades, os problemas podem surgir, visto que os obstáculos e desafios atuais são muitíssimo exigentes. Portanto, numa equipa de trabalho é frequente detetarmos a tempo os problemas, no entanto, apesar de identificados, o líder não atua no imediato. A falta de resposta imediata traduz-se na perda da vantagem que se tinha quando o problema foi detetato. É como uma doença contagiosa. Nas empresas, os problemas nunca se resolvem sozinhos. Pelo contrário, tornam-se maiores, propagam-se, e aquilo que poderia ter sido resolvido de forma simples, acabará por requerer medidas mais drásticas, afetando a motivação de todos os envolvidos.
Estes aspetos, apenas serão verdadeiramente tidos em conta e bem executados, se enquanto líderes tivermos a consciência que estamos sempre a comunicar, mesmo quando não dizemos qualquer palavra. Os trabalhos de Mehrabian mostram que a percentagem de comunicação não-verbal (i.e., olhar, gestos, tom de voz, expressão facial, empatia) na transmissão de qualquer mensagem, numa interação entre indivíduos, é muito elevada. Ao comunicarmos aspetos, absolutamente, relevantes, não devemos, simplesmente, preocuparmo-nos com as palavras que dizemos, é sim, primordial, o cuidado que temos, se o que dissemos foi entendido como pretendíamos, e não esquecer que se comunica sabendo ouvir, mais do que a falar. Isto é, como afirma o Prof. Jorge Araújo: “Ouvir, como forma de comunicar e para que os outros falem. Falar, para que os outros oiçam!”. Não descurando o efeito da palavra, devemos ter em conta que somos capazes de fazer rir, chorar, desesperar ou iludir apenas com a palavra. Sem tocar... Com as palavras certas, somos capazes de acabar de afundar uma pessoa ou, pelo contrário, ajudá-la a fazer um esforço extraordinário que lhe permita sair do poço. Por isso, devemos ter consciência desse poder. E usá-lo com a responsabilidade que se deve usar qualquer poder.
Portanto, devemos adquirir capacidades de liderança, treinando e aprendendo a tomar decisões, gerindo o inesperado sempre com o foco na realidade do momento, aprendendo a conviver com as dificuldades inerentes a quem necessita, acima de tudo, devemos ser capazes, de preocuparmo-nos mais com os outros do que connosco.  O esforço constante e estruturado metodicamente não só é a base de um trabalho bem feito enquanto lideramos, como evita também o sofrimento e a improvisação de última hora. Não se tratando de trabalhar mais ou menos, trata-se de trabalhar melhor, dar mais atenção aos liderados e de correr o estritamente necessário, porque, como dizia Oscar Wilde: “Os cavalheiros não correm, andam depressa.”

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Trabalho em Equipa

     Quando criamos uma equipa de trabalho não basta escolher simplesmente os melhores. “Melhor” é um conceito relativo que se aplica sempre em função do resultado. Utilizando uma metáfora futebolística, seria tão estúpido jogar com onze extraordinários atacantes como com onze guarda-redes medíocres. Muito provavelmente, nenhuma das equipas seria boa e, sem dúvida nenhum dos seus elementos se destacaria como “o melhor”.
    Com esta introdução, o meu objetivo primordial é transmitir o conceito milenar de que “uma equipa deve ser melhor do que a soma das suas partes”, percebendo que é através da complementação que se conseguem melhores resultados, tendo sempre presente, que só através da compensação dos defeitos de uns com as virtudes de outros atingimos os resultados esperados. Não devemos apenas premiar e potenciar o talento, mas também promover e valorizar pessoas que fazem com que o talento dos outros possa brilhar com maior esplendor. Um país não pode funcionar sem classe média. E, se a classe média é fundamental para o bom funcionamento da sociedade, o mesmo acontece nas empresas/equipas.
    Portanto, apesar de vivermos uma fase de instabilidade, onde nos é exigido um grande grau de consistência, ao nível de resultados, e acima de tudo preocupação com quem nos rodeia, devemos exigir das pessoas aquilo que elas são capazes de dar. Mais, necessitamos criar expectativas e sentimentos positivos naqueles com quem convivemos ou por quem somos responsáveis, onde esteja presente um clima de saúde global (i.e., física, mental, emocional e espiritual), que proporcione um cada vez mais eficaz trabalho em equipa, assente numa grande complementaridade de atitudes empenhadas e focadas em objetivos comuns, de forma a que os desafios coletivos sejam os dos membros que os compõem, numa profunda identificação individual com os objetivos coletivos em que o erro e o sucesso sejam encarados na relatividade das respetivas realidades em que ocorrem e identificados como fases decisivas da aprendizagem e do treino a caminho da excelência.
     Em suma, se uma árvore é capaz de dar laranjas, devemos exigir que dê laranjas mais doces, nunca devemos pedir a uma laranjeira que dê maças. Se uma árvore nos dá sombra, aproveitamo-la. Uma equipa unida é como as flechas: uma flecha sozinha pode partir-se facilmente, todavia, se tentarmos quebrar um molho, possivelmente, não conseguiremos quebrar nenhuma. Termino com a partilha de um fantástico vídeo, ilustrativo de uma excelente composição de trabalho em equipa.