sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Notícias GP 2014_Parte 5

Notícia 1:A Azia Portuguesa em Relação aos Alemães

“A azia portuguesa em relação aos alemães (devido à intervenção da Troika em Portugal)  fortaleceu-se durante a crise. Mas olha-se para a Autoeuropa e constata-se o perigo das generalizações: a empresa liderada por António Melo Pires e a comissão de trabalhadores dirigida por António Chora são um exemplo de que patrões e empregados se podem entender com benefícios mútuosSegundo os mais recentes dados da ACAP, a produção em Palmela cresceu 12,6% nos primeiros nove meses de 2014 face ao período homólogo. Até Setembro, foram produzidos 77.762 veículos. Em contrapartida, empresa e trabalhadores acordaram agora  a entrada de 400 trabalhadores precários para os quados da empresa e o aumento de 2% nos salários no próximo ano. A vitória dos trabalhadores foi conseguida graças aos níveis de produtividade que permitem à Autoeuropa usar o critério da justa recompensa.

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Notícia 2: No seguimento do artigo “a morte do CV”
O site de networking corporativo LinkedIn divulgou um lucro líquido e receita trimestrais melhores que o esperado, com mais empresas utilizando seus serviços para contratar pessoal. O negócio de contratação da companhia tem prosperado enquanto empregadores notam que seus serviços são mais úteis na avaliação de um candidato para um posto.” 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Qual é o meu propósito na vida


Artigo redigido por António Machado Vaz*   
AMV16|2013-14 


Alex Atala é a coqueluche dos "chefs" brasileiros. O líder do D.O.M. – restaurante de S. Paulo que é atualmente considerado o 6° melhor restaurante do mundo pelo S. Pellegrino World´s 50 Best Restaurantsdiz que, ao longo da sua carreira, estagiou com diversos "chefs" franceses. E todos lhe diziam a mesma coisa:

'Alex, você nunca vai fazer “nouvelle cousine” como um “chef” francês. Faça cozinha brasileira. Você é bom nisso. E nenhum “chef” francês alguma vez vai ser tão bom como você'

Esta é uma verdade tão simples quanto importante: se queremos ter um impacto no mundo temos de seguir o nosso próprio caminho - e não aquele que funcionou para os outros.

Miguel Pina e Cunha vê em Alex Atala um optimo exemplo disso mesmo: “Alex Atala é um extraordinário "chef" brasileiro, mas nunca poderá ser um extraordinário "chef" francês – simplesmente porque não é francês. Dito deste modo, parece óbvio, mas quantos "chefs" (ou chefes) portugueses querem ser extraordinários "chefs" franceses (ou americanos, ou réplicas do patrão)? O caminho da liderança eficaz tem pois de ser o da autenticidade: usar as nossas forças e expandi-las para sermos melhores naquilo que somos, sem querer ser aquilo que não somos. Ser autêntico é ser a mesma pessoa domingo e segunda-feira.

Ser autêntico e movido por um propósito pessoal claro são os caminhos para a diferença. Os líderes que marcam são aqueles que fazem a diferença e que a fazem baseando-se nas suas forças – não na neutralização das fraquezas pessoais.”

Na edição de maio passado da Harvard Business Review, Craig e Snook tratam precisamente da importância do propósito[1]. Naquele texto defendem que a função mais importante de um executivo é definir e proteger o propósito da sua organização. E que uma organização cujos líderes são capazes de definir o seu propósito pessoal é uma organização mais completa e dotada de maior clareza: com pessoas que sabem para onde vão.

Craig e Snook definem o propósito de um líder como "quem se é e aquilo que nos torna distintivos". E estabelecem que o propósito é mais poderoso se se focar nas forças de cada um.

Peter Drucker e Andrew Grove diziam precisamente o mesmo: um gestor é alguém que transfere recursos de áreas onde estes têm baixa produtividade para outras áreas onde os mesmissimos recursos obtêm uma produtividade elevada. Nos RH (staffing) isso significa mudar as pessoas de funções onde as suas fraquezas contam, para outras funções em que essas fraquezas passam a ser irrelevantes e o que conta passa a ser apenas as áreas onde elas são realmente boas. São as forças (não as fraquezas), as habilidades (não as deficiências) que contam. Por isso é que é importante começar por avaliar os factores que determinam o sucesso de determinadas funções: para depois alocar as pessoas mais competentes para essas funções[2]

* Colaborador nas publicações do Blogue desde Outubro de 2013.



[1] Craig, N. & Snook, S. (2014). From purpose to impact. Harvard Business Review, May, 105-111.
[2] in “Shakespeare, Henry V and the Lessons for Management” (Jorge Vasconcelos e Sá).