domingo, 15 de dezembro de 2013
Locus de Controle
Artigo redigido por Davide Gouveia*
Qual a percentagem de coisas da vossa vida que controlam?
* Manager do Blogue desde Outubro de 2007.
DG63|2007-13|14
Segundo os estudiosos da
Psicologia, dois elementos são fundamentais para a vivência de felicidade, são
eles: satisfação com as experiências quotidianas e o sentimento de se ter
controle sobre a própria vida. Tecnicamente, este último elemento é conhecido como
locus de controle e tem sido tema de
inúmeros estudos psicológicos. A relação entre felicidade e locus de controle torna-se
particularmente instigante ao pensarmos que este nos ajuda a entender como uma
pessoa percebe o seu nível de autonomia sobre os eventos que ocorrem na sua
vida. Ou seja, este conceito auxilia-nos a entender onde acreditamos que reside
o controle sobre o que vivemos. Melhor dizendo, o locus de controle ajuda-nos a explicar o quanto uma pessoa
atribui a si mesma ou a eventos externos o controle das coisas que lhe ocorrem.
Locus
de Controle interno (“eu faço acontecer.
Eu sou senhor do meu destino. A responsabilidade é minha”)
Locus
de Controle externo (“espero que
aconteça. Não depende de mim. Sou vitima das circunstâncias”)
É válido pensar, portanto, que
a percepção de uma pessoa sobre o locus
de controle pode levá-la a se sentir mais ou menos responsável pelos seus atos
e pelos efeitos destes. Enquanto as pessoas com locus de controle interno tendem a responsabilizar-se mais pela
própria vida, as com locus
externo procuram culpados. Essa diferença acaba por influenciar o
comportamento individual. Sujeitos com locus
interno tendem a buscar meios para adquirir, corrigir e/ou aperfeiçoar as
condições que podem levá-los a obter satisfação com o que fazem. Os com locus externo, entretanto, estão mais
inclinados a se acomodarem.
Por ex: quantas pessoas é que, volta e meia, não lhes apetece levantar de
manhã? Não irem trabalhar?
Acredito
que muitas!
Perguntam-se: “o que aconteceria se eu hoje não pusesse lá
os pés hoje? Tenho tanta coisa melhor para fazer…”
Resposta óbvia: no limite são
despedidas. Se isso acontecer ficam com muito tempo livre – o que é bom. Mas
depois há aquele pequeno pormenor de, no fim do mês, não receber o salário. E é
preciso dinheiro para pagar a renda, para pagar o carro, comida, colégios dos
filhos, etc.
A psicologia diz-nos que as
nossas escolhas têm dois grandes motivos: ou (1) a fuga à dor, ou a (2) busca
do prazer.
Chama-se a isto Livre arbítrio. Nós temos este poder. O
poder (e a responsabilidade) de decidir o que queremos fazer à nossa vida.
A boa notícia é que, se eu não sou obrigado a ir, então sou eu que
escolho a atitude com que vou trabalhar. Escolho dar 100% - porque se não estou
a perder o meu tempo (não estou mesmo comprometido com a minha escolha. É o
mesmo que escolher ir por um caminho e estar-me sempre a interrogar se não
teria sido melhor ir por outro. Não adianta nada. Há que seguir em frente de forma
decidida).
Tudo na vida é assim: Sou eu
que escolho a forma como interajo com as pessoas (posso trata-las bem ou mal,
posso ajudá-las ou borrifar-me para elas). As consequências (se sou bem ou mal
tratado pelos outros) são depois da minha responsabilidade.
A má notícia é que isto dá muito trabalho! Custa! É tão mais fácil
dizer que a culpa é do chefe, que é do governo, que é de Deus ou da sorte ou
azar… “Eu não tenho sorte nenhuma. A
prova era muito difícil. Não adianta mandar curriculum vitae porque é tudo por
cunhas.” Até pode ser verdade. Até pode ser mesmo assim em 90% dos casos. MAS isso não nos leva a lado nenhum.
Pior: evita que demos o máximo nos 10% de situações que, de facto, dependem de
nós.
É muito próprio da nossa
natureza querermos aceitar a parte boa mas não querer saber da
responsabilidade.
Este vídeo ilustra tudo isto. É
uma campanha da Martini chamada “Luck is an attitude”:
Conclusão: Eu não
escolho o que me acontece. Mas escolho a forma como lido com essas coisas.
Escolho ser Activo ou Reactivo.
Como dizia Leon Tolstoi: “Todos
pensam em mudar o mundo mas ninguém pensa em mudar-se a si próprio”.
Porque não mudamos a nossa
atitude?
Porque não escolhermos ser
senhores do nosso destino?
Porque não fazê-lo, a partir
de….. AGORA!
Postado por Davide Gouveia às domingo, dezembro 15, 2013