AMV6|2013-14
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Na vida como nas organizações: a importância de ter objectivos claros
Artigo
redigido por António Machado Vaz*
AMV6|2013-14
AMV6|2013-14
Em 1950, Florence
Chadwick, de 34 anos, atravessou a nado o Canal da Mancha.
Ao chegar
ao outro lado, voltou para trás - tornando-se,
assim, a primeira mulher a fazer o percurso de 36 kms entre Dover e Calais… nos dois sentidos.
2 anos depois, Florence dedicou-se a um novo
desafio: atravessar a nado os 41 kms que separam a Ilha de Catalina de Long
Beach, na Califórnia.
Pensemos um pouco na enormidade da tarefa a que
Florence se propôs: (1) 41 kms é quase a distância da maratona… mas dentro de
água, (2) Florence já estava com 36 anos – uma idade avançada para uma
disciplina fisicamente tão exigente como a natação em mar-aberto, (3) aquela
zona é infestada de tubarões.
Mas Florence preparou-se a sério. No dia 4 de
Julho de 1952 – a data marcada para a travessia – estava na melhor forma da sua
vida. Como já era uma celebridade, a comunicação social fez do evento uma festa,
preparando-se para levar ao mundo o testemunho da nova proeza de Florence. No
dia marcado, ela entrou na água e começou a nadar. Ao princípio tudo corria
bem. Mas o tempo foi passando… e o
cansaço foi-se instalando. Gradualmente, caiu sobre o mar uma cortina de denso nevoeiro. Florence mal conseguia ver os
barcos que a acompanhavam. Estava cada vez mais cansada …mas continuou. Por várias vezes Florence ouviu disparos para o
ar - sinal de que havia tubarões por perto. Começou
a ter caimbras nos músculos… mas continuou.
Quando já estava a nadar há 15 horas, parou. Disse que não aguentava mais e pediu para ser
tirada da água. O seu treinador e a mãe, debruçados num dos barcos que a
acompanhava, encorajaram-na: “Vamos Florence! Mais um esforço!”. E ela voltou a
nadar. Ao fim de mais uma hora desistiu
definitivamente.
Após alguns minutos no barco de resgate, Florence percebeu
que estava a apenas 800 metros da costa…
Mais tarde, perante os jornalistas que acabavam de
presenciar o seu fracasso, Florence disse: “Tudo que eu conseguia ver era o
nevoeiro... Acho que, se tivesse visto a costa, tinha conseguido!”
Não foi a distância que derrotou Florence. Não foi o
frio nem o cansaço. Foi o nevoeiro.
Foi ter perdido de vista o seu objectivo.
Quantas vezes
isto acontece na nossa vida? Temos um
sonho, um objetivo, e lutamos por ele, dias, meses, anos. Com o tempo, começamos
a ficar cansados. Desencorajados. O “nevoeiro” instala-se. E só nos apetece
desistir.
Florence Chadwick
desistiu… mas 6 meses depois do fracasso, voltou a tentar – e conseguiu fazer o
difícil percurso entre Catalina e Long Beach,
tornando-se a primeira mulher a fazê-lo.
Porquê? O que aconteceu de diferente? Foi isso que
os jornalistas perguntaram a Florence.
Os tubarões continuavam a rondar aquela zona. A distância não se alterou.
Ela não estava em melhor forma do que antes. Havia apenas uma diferença: O nevoeiro desaparecera. Não o nevoeiro
atmosférico – esse voltou a aparecer passados os primeiros quilómetros de
percurso. Florence disse que, durante todo o percurso, mesmo quando já estava
muito cansada, nunca deixou de visualizar o seu objectivo dentro da sua cabeça.
Logo ali, a seguir ao nevoeiro.
Calvin Coolidge, Presidente dos EUA, disse um dia: “Nada neste mundo pode tomar o
lugar da persistência. O talento não a substitui: nada é mais comum do que
gente talentosa que nunca fez nada na vida. O génio não o fará: o génio
não-recompensado é a história mais comum que há. A educação também não: o mundo
está cheio de delírios inconsequentes de gente com formação. Mas a persistência
e a determinação por si só tudo podem. É a expressão “CONTINUA!” que resolveu –
e continuará a resolver – os problemas da raça humana.”
Outro Presidente Americano dizia que “Perseguir
objectivos ou esperar que a vida aconteça é a diferença entre o sucesso e a
mediocridade” (John
Kennedy)
Postado por Davide Gouveia às quinta-feira, janeiro 09, 2014