DG73|2007-13|15 Antes de mais, desejo a todos os leitores/seguidores um fantástico ano de 2015!
Na primeira publicação de 2015 escrevo sobre o conceito e composição do Capital Intelectual (CI), este é um tema amplamente falado, mas sobre o qual raramente vejo uma abordagem que contemple três pilares da sua composição que desenvolverei mais para a frente, sendo eles:
1. Educação de Caráter/Valores;
2. Educação Formal;
3. Educação Executiva.
Pensando no conceito e composição do CI, no meu pensamento surge de imediato uma palestra de Fábio Barbosa em que de forma subliminar fica para mim claro, a composição real do CI nos dias atuais. A generalidade dos conceitos de CI que vejo difundidos aborda ou contempla um dos pilares ou aborda todos mas de forma isolada e não correlacionada. Assim, convido-vos a visualizar a palestra TED de Fábio Barbosa (presidiu o Grupo Santander Brasil e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e, atualmente é presidente do Grupo Abril S/A), em que para mim fica absolutamente evidente a real/verdadeira do conceito mais difundido e importante no que se relaciona ao processo de formação dos profissionais de excelência.
“O
que você faz no dia-a-dia? Isso está agregando valor? Está fazendo
alguma coisa que está, de fato, construindo um país melhor?”. Essas são
perguntas que o ex presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, faz
ao público durante sua apresentação no TEDx SP. Para o executivo,
questionar os valores e atitudes, tanto das empresas quanto dos
cidadãos, é fundamental para construir uma sociedade melhor.
Fábio Barbosa comenta como é necessário cultivar um sentimento de responsabilidade
coletiva e dimensão dos impactos que todos podem causar ao meio
ambiente, economia e sociedade.
Sendo aqui, que fica para mim claro, uma composição de CI com uma abrangência superior... mas vamos continuar a analisar o que ele diz:
“Eu tenho algo a ver com uma
empresa para a qual eu fiz um empréstimo e que está causando problemas
ao meio ambiente ou isso não é problema meu? Eu devo contratar uma
empresa que cobra menos independente dela pagar imposto? Eu estou
preocupado com a situação dos meus fornecedores, dos meus funcionários,
da diversidade ou o meu negocio é lucro?” Quanto a isso, Barbosa é
taxativo: “importa sim como você constrói seu resultado. Você vai
agregar valor, mas você precisa fazer a coisa de uma maneira a levar em
consideração o impacto que você causa em tudo que você interage”, diz. E
ele não aponta essa atitude como exclusividade do setor empresarial.
Para o executivo, é preciso transformar a crença de que no Brasil não é
possível ter sucesso sem intransigir.
Segundo
Barbosa, a existência de uma valorização daqueles que conseguem atingir
o sucesso por meio de um atalho e a tolerância a pequenos delitos são
problemas que devem ser combatidos. Ele acredita que as coisas não
precisam ser dessa forma se as pessoas não quiserem que sejam e cita um
filósofo americano: "suas atitudes falam tão alto que eu não consigo
ouvir o que você diz”. Para o executivo, não cabe apenas aos
governos solucionar esses problemas. “Está nas nossas mãos. O país
precisa sim de reformar trabalhista, fiscal, tributária, mas a mais
importante é a reforma de valores. E isso não é o governo que faz, somos
nós”.
Barbosa
conclui a palestra comentando como os brasileiros ainda não evoluíram
como consumidores de cidadania. “A gente continua votando, continua
pagando imposto, mas como se fosse uma coisa distinta. Nos
colocamos confortavelmente na posição de ficar aqui, com uma série de
pequenos delitos, e criticando os que estão lá como se fossem coisas
dissociadas. Temos que entender que a somatória das nossas atitudes é
que faz o que está lá e que nós temos que nos conectar porque fomos nós
que pagamos com votos ou impostos àqueles que estão lá”.
Para
mudar o Brasil, o executivo sugere uma mensagem lendária de Gandhi: “nós
temos que ser a mudança que queremos ver no mundo”.
Fica evidente nas palavras do executivo durante a sua palestra de que a chave para
o futuro está nos trabalhadores do
conhecimento. O capital intelectual, constituído pela educação do caráter,
formal e executivo, são os propulsores econômicos de uma nação.
Perante isto, quais são as características do Capital Intelectual?
Capital Intelectual é a potencialização de 3 educações que, quando transbordam,
enriquecem o entorno:
1º
Educação do Caráter: É a impressão digital da nobreza de valores. Se não
existir, haverá um vazio que quer ser preenchido ou que nunca será. Hoje não se
valoriza a riqueza do caráter. Dentro do injusto, devemos fazer o certo.
Se não tiver riqueza de valor e caráter, será sempre um vazio dentro da pessoa. O maior problema do Brasil é a falta de caráter, só tem coragem as pessoas verdadeiras. O Brasil para ser rico precisa caráter de educação.
2º Educação Formal: Educação formal, acadêmica é a grande chave, como fonte dos
fechamentos dos gaps de educação e caráter. Aprendizado baseado em sólida formação conceitual e universal. Cursos e programas são regulados por lei e estruturados segundo normas rígidas do MEC. O reconhecimento é, também, por prazo determinado. Em nível de Pós-graduação, as instituições apresentam autonomia CNE/CES 01/2007.
A educação formal é uma conquista da
civilização. Cultiva a mente e a alma. E ainda alimenta os motores da
mobilidade social, permitindo atender as nossas necessidades básicas e
também as supérfluas. Maior o tempo dentro da escola, maior o salário
fora dela.
Uma pesquisa feita por EXAME com presidentes de 30 grandes empresas
listadas no anuário Melhores e Maiores mostra que praticamente todos
eles arranjam algum tempo para se dedicar a aprender. Quase 90% deles
freqüentam regularmente seminários ou cursos (formais ou não) e 74%
participam de grupos de executivos com o objetivo de trocar idéias e
fazer networking (veja quadro acima). Mais da metade leu pelo menos um
livro nos últimos 12 meses.
3º
Educação Executiva: Aprendizagem baseada na prática de negócios e valores organizacionais. Desenvolve competências essenciais para o mundo do trabalho, de forma ampla. Dispensa credenciamento oficial – seu reconhecimento é pelo mercado.
O capital intelectual constitui a matéria intelectual utilizada para
gerar riqueza, que é o produto do conhecimento. É difícil identificá-lo,
distribuí-lo de forma eficaz. Na economia atual compramos e vendemos
conhecimento, não são mais os produtos e serviços, puros e simples, nem
mesmo os recursos naturais os frutos de renda da economia, mas sim a
inteligência, a capacidade mental utilizada para desenvolvê-los.
O conhecimento pode ser medido e gerenciado para melhorar o desempenho e
revelar como gerentes e trabalhadores podem prosperar na era do
conhecimento. Todos precisam saber o que fazer com essa nova economia do
conhecimento, para tanto gerenciar o capital intelectual dentro das
empresas será a porta para o sucesso.
O mundo não é um pântano onde os homens e mulheres se jogam e morrem... Existem mudanças acontecendo em meio as crueldades e tragédias, o desafio supremo à inteligência é fazer prevalecer o que há de mais nobre e melhor em nossa curiosa cultura.
O momento atual é de reflexão sobre o que as empresas realmente são. Ser
é diferente de Ter. O Ser envolve valores, respeito ao profissional,
força de união e ação, conhecimento. Com toda a certeza, o que ela vir a
Ter, será conseqüência da forma de como conseguir administrar estas
características. Dessa forma, o momento é de busca das melhores práticas
e definições, o saber como se encaixar nessa nova era da informação,
para obter resultados positivos e evoluir conjuntamente com todas essas
mudanças que vem acontecendo.
A expectativa com relação ao futuro é grande e dependerá de
planejamentos e desenvolvimentos, é hora de inserir no planejamento
estratégico das empresas metas de desenvolvimento profissional para
manter o capital intelectual valorizado: ter gente pensando mais,
criando mais, agindo mais. Pessoas que sustentam a sua base de atuação profissional nas três educações construtoras do capital intelectual que quando transbordam enriquecem o entorno (capital intelectual). O Capital Intelectual não se enquadra nos
modelos tradicionais. Para avaliar adequadamente as empresas, da
sociedade do conhecimento, é necessário reavaliar muitos princípios,
conceitos e normas.
Parece-me óbvio, que as empresas que forem dotadas de pessoas com capital intelectual que assente e tenha privilegiado o desenvolvimento das três educações em igual proporção, serão empresas mais bem preparadas para um 2015 de sucesso e contínuo crescimento, na medida em que o seu entorno estará em constante enriquecimento.
Excelência é uma filosofia de vida, tem a ver com compromisso consigo ou com o universo. Excelência gera excelência
Termino com uma mensagem para este ano de 2015:
Não podemos imaginar que teremos
caminho sem pedras e, muito menos, que vamos, necessariamente, ter de
mudar o caminho só porque encontramos pedras; precisamos é estar
preparados para tirá-las do meio caminho. Isto me faz lembrar um dos
ícones da poesia portuguesa, Fernando Pessoa:
“Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Que sejamos engenheiros de nós
mesmos e que façamos das adversidades os nossos futuros castelos!
Afinal, a exemplo da própria vida, as organizações estão cheias de
pedras no caminho. Cabe-nos como gestores de pessoas, ajudá-las a
assumirem a responsabilidade de “tirarem as pedras de seus caminhos” ou
pelo menos, aprenderem a desviar-se delas... Caminhar é preciso!
O fundamento básico deste blogue é contribuir para o debate sobre a Gestão de Pessoas nas organizações, tendo em conta o ambiente competitivo que se vive. A Gestão de Pessoas tem sido alvo de crescente interesse que decorre da evidência do seu impacto no desempenho organizacional, este facto, poderá constituir vantagem determinante no contexto de grande competitividade que caracteriza a economia nos dias de hoje.
Os RH deixaram de ser vistos como simples recursos com determinadas competências para executar tarefas e para alcançar os objectivos da organização, para claramente passarem a ser considerados pessoas na verdadeira a acepção da palavra: com valores, crenças, atitudes, aspirações e objectivos individuais.
O Gestor de Pessoas de hoje e do futuro integra uma equipa que partilha experiências e conhecimentos visando encontrar soluções para uma vasta variedade de problemas. Gerir pessoas deve ser mais que controlar procedimentos e rotinas, implica o envolvimento de todos os membros da organização, um investimento na criatividade e inovação como factores de diferenciação.
Livros Recomendados
Prático e instigante!
2
UMA NOVA PERSPECTIVA DE EXCELENTES LÍDERES
Livro Linkedin – Como ter sucesso nesta rede profissional
Nunca conseguirão nada de grande, se tentarem fazê-lo sozinhos.
Como surpreender e criar valor na vida pessoal e nos negócios
Seth Godin brinda-nos com um fantástico livro sobre liderança!
Uma obra brilhante que veio colocar em causa muitas das ideias!
Existirá, na verdade, uma «fórmula mágica» capaz de produzir líderes instantaneamente?
Sabe o que é que faz o alpinista João Garcia subir tão alto pelas próprias mãos?
Leitura Obrigatória
Referências
Alvin Toffler - Um mestre da gestão que efectuou previsões correctas sobre o que estava para vir - “O meu ponto de partida foi sempre a mudança “.
Daniel Goleman - Um mestre da gestão que está disposto a aprofundar as emocões - “É um risco ignorarmos as competências emocionais”.
Ian Mitroff - Um mestre da gestão que acredita que as organizações necessitam da “pessoa como um todo” - “Precisamos de novas formas de pensar sobre pessoas e organizações, e precisamos de novas formas de medir o input, output e desempenho como um todo”.
Jeffrey Pfeffer - Um mestre da gestão que destaca as pessoas na equação dos negócios - “Que outra dimensão existe nas organizações, para além das pessoas?
Jonas Ridderstrale - Um mestre da gestão que afirma que ser diferente é uma verdadeira mais-valia - “Quando se investe na imaginação humana – sentimentos e fantasia – o limite é o céu.
Kenichi Ohmae - Um mestre da gestão que vê o mundo através do portal do Japão - “Esqueçam os mitos ocidentais simplistas sobre a gestão nipónica. Há muito mais do que hinos de empresa e emprego para toda a vida”.
Leif Edvinsson - Um mestre da gestão sensível aos “activos intangíveis” da empresa - “Aquilo que não se vê está hoje a dirigir as economias do mundo. O capital intelectual das nações é a nova riqueza das nações”.
Peter Senge - Um mestre da gestão que lançou a ideia da organização "aprendente” - “No seu sentido mais simples, uma organização aprendente consiste num grupo de pessoas que estão continuamente a melhorar a sua capacidade de criarem o seu próprio futuro”.
Warren Bennis - Um mestre da gestão com uma paixão pela liderança - “O novo líder percebe e pratica o poder de reconhecimento”.