sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Uma missão pessoal deve dar uma direção e um objetivo a sua vida!

Artigo redigido por Davide Gouveia*    
DG88|2007-2020

MISSÃO PESSOAL

Não é incomum, quando entramos em um estabelecimento qualquer, nos depararmos com uma placa na parede dizendo algo como: “Nossa missão é…”. Ou esbarrarmos em uma página na web que nos diz qual a missão de uma determinada empresa. Parece que as organizações já descobriram o poder de definir uma missão para que todos os funcionários sigam a mesma direção e compartilhem a mesma visão da empresa.


Acontece que uma declaração de missão não é importante apenas para as empresas. Nós, isso mesmo, eu e você, também podemos nos beneficiar muito de possuir uma missão pessoal. A missão é um norte, um guia que pode nos dar o caminho que vamos trilhar. Sua função é manter-nos na direção correta, evitando as frequentes distrações do dia-a-dia. Ela delimita nosso campo de ação, faz com que nos preocupemos com o que é realmente importante e descartemos o resto.


"Uma missão pessoal deve dar uma direção e um objetivo a sua vida. É a sua filosofia de vida, sua declaração de propósito, seu credo pessoal."

- Christian Barbosa - A Tríade do Tempo


Antes de aprofundarmos o assunto topa fazer um exercício de reflexão Inicial?

Bora lá?

Stephen Covey, autor do livro os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, propõe um exercício bastante interessante, o exercício do funeral, que vai te ajudar a descobrir qual é a sua missão pessoal.

Funciona da seguinte forma:

Imagine que você está em seu próprio funeral, ouvindo as pessoas queridas que conviveram consigo falando sobre quem você foi, o que fez, e o legado que deixou.

Pergunte-se então:

O que você gostaria que eles falassem sobre você?

Qual o legado que você deixar quando se for?

Veja o vídeo abaixo para entender melhor.

Fonte do Exercício Canal André Faria: https://www.youtube.com/watch?v=DYOxd9s2Ulw&feature=youtu.be


Agora que já realizamos este exercício vamos explorar um pouco mais este assunto de extrema importância para todos nós que é a missão pessoal! 😊


Qual o melhor caminho para a felicidade?


Você sabe qual é a sua missão de vida pessoal? Será que alguma vez esse pensamento já passou pela sua cabeça? Acredito verdadeiramente que provavelmente sim. Saber qual é a sua missão de vida pessoa é responder àquela velha pergunta “qual é o meu objetivo na vida?”.


Quando você consegue encontrar esse objetivo, você sabe o motivo pelo qual está aqui. Conhecer a resposta para essa pergunta é o primeiro passo rumo ao sucesso e à felicidade. Mas, será que, mesmo sabendo, ou buscando saber, está no caminho certo?


O primeiro e mais importante passo que você precisa dar ao decidir buscar a sua missão de vida é o que você realmente deseja, é definir as prioridades da sua vida. Comece a pensar sobre o assunto e observar o que você tem de valor e o que gosta de fazer. Uma pergunta que pode te levar a pensar no assunto é “Por que você acorda a cada manhã?”. Responder a esta questão pode te fazer entender o que realmente faz sentido em sua vida.


Uma missão pessoal declarada irá te ajudar a tomar decisões, evitar a repetição de erros e descobrir o seu propósito na vida.


Como descobrir qual a sua missão!


Bom, a missão de vida pessoal nada mais é do que aquilo que você precisa fazer para se sentir a pessoa mais realizada do mundo, de fato, um ser humano completo. É conhecer e reconhecer porquê você acorda todos as manhãs. É entender o que faz de você um ser único, especial e incomparável.


Não! Não estou falando de fantasias ou contos de fadas. Você é sim capaz de encontrar a sua felicidade. E, mais que isso, você merece encontrá-la.


Para te ajudar nessa missão, segue algumas dicas. Comece por buscar respostas para as seguintes perguntas:

– O que está incompleto em sua vida?

– A fim de se considerar totalmente realizado o que você gostaria de fazer?

– Quais são as coisas mais importantes da sua vida?

– Como gostaria de ser lembrado?

– O que você gostaria que seus amigos e familiares dissessem sobre você?

– Qual legado você quer deixar para as próximas gerações?


Outro raciocínio que nos ajuda a entender nossa missão é utilizar-nos de um questionamento “Para quê?” em forma de cascata.

Deixe-me dar um exemplo de como estes questionamentos podem ser feitos:

– Acordo todas as manhãs e vou trabalhar. Para quê?

– Para ganhar dinheiro e ter sucesso na carreira. Para quê?

– Para comprar o que quiser, ter segurança e dar conforto a minha família. Para quê?

– Para usufruir da vida de forma plena e me sentir realizado? Para quê?


E assim por diante, até que você chegue a um sentimento verdadeiro, profundo e motivador.


E, aprofundando ainda mais estas questões, incito-o a responder um questionamento que é tema de palestras do filósofo, professor e escritor Mário Sérgio Cortella: “se você não existisse, que falta faria?”.


Identifique talentos e habilidades

Fonte da Imagem: https://mapadetalentos.com.br/

Fonte da imagem: https://mapadetalentos.com.br/portal/index.php/pt/


Identifique seus talentos e habilidades: aponte coisas que você é naturalmente bom ou coisas que você gosta de fazer. O que as pessoas comentam de positivo sobre você, sobre suas características, sobre seus traços de personalidade?


Os talentos são considerados habilidades inerentes, aquelas que você carrega consigo desde o nascimento ou aquelas que foram adquiridas, principalmente, na infância. Elas podem ser aptidões naturais que te fazem agir de uma determinada maneira ao encarar cada situação do dia a dia.


Mas, calma, você não precisa ser nenhum gênio da matemática ou da música para se considerar uma pessoa com talentos. A questão é que os talentos são aquilo que você gosta ou ama fazer, faz muito bem, com facilidade, agilidade e prazer. Aí você me pergunta: “Mas se eu já nasci com esse dom, ou adquiri quando era criança, por que tenho que identificá-lo?”


Se houver dúvidas, procure observar quais são as ações que evidenciam essas competências ou dons que você pensou. Por exemplo: se você é elogiada todo dia ao chegar no trabalho pela sua maquiagem, esta ai uma grande qualidade. O exemplo pode parecer simples para alguns, mas é desta forma que podemos evidenciar nossos dons.


E o que você pode fazer para descobrir quais são os seus talentos? Para isso é preciso que você observe, escute e acredite que aquilo que você faz de maneira tão natural pode ser um talento.


Investigar quais são os seus talentos envolve a identificação das coisas que você ama fazer, que faz muito bem, que tem facilidade em fazer, que consegue absorver e perde a noção do tempo fazendo, ah, e que outras pessoas te procuram para fazer.


É bem comum que você ache banal o seu talento, justamente por ser algo que “sai” de forma natural. Tenha em mente que, uma vez que os talentos e habilidades são reconhecidos, o ideal é que você consiga potencializar o que já faz tão bem naturalmente. 


Quais são os seus valores?

Valores Pessoais, você sabe quais são os seus? | Eagle Coaching

Fonte da imagem: https://eaglecoachingblog.wordpress.com/2015/12/09/valores-pessoais-voce-sabe-quais-sao-os-seus/


Defina seus principais valores: podemos definir “valores” como tudo aquilo que acreditamos ser importante em nossas vivas e costumamos representá-los de maneira abstrata como: amor, honestidade, diversão, segurança, lealdade, amizade, etc. Os nossos valores norteiam nosso modo de viver e de caminhar, e exercem grande influência na forma como trilhamos os caminhos para alcançar nossos objetivos.


Seus valores são compostos por tudo aquilo que você acredita ser importante em sua vida: amor, honestidade, diversão, lealdade, amizade, entre outros. São os seus valores que te darão um norte no seu modo de viver e influenciarão a forma como você trilha caminhos para alcançar seus objetivos.


Agora você pergunta: “O que posso fazer para descobrir quais são os meu valores?” Veja a seguinte experiência: pare por um momento durante a correria do dia a dia. Escolha um local onde você possa se sentar e relaxar tranquilamente, seja um banco de praça ou um café. Depois do almoço é uma boa situação para fazer isso. O importante é que esse tempo seja apenas para você. De preferência, sem interrupções. Respire fundo. Então, pergunte a si mesmo: O que é importante para mim?


Em grande parte das vezes, as respostas [que são várias] para essa pergunta vão indicar quais são os seus valores. Por exemplo, se você responder que a sua família é importante para você, esse é um valor fundamental na sua vida. E não seria diferente, já que a família é um pilar muito importante para o crescimento e o sucesso pessoal. E não pense que uma família é constituída apenas por pessoas que compartilham o mesmo sangue que você. Ela também pode ser a que construímos ao longo da nossa caminhada, como amigos, parceiros, companheiros de trabalho, de estudos, etc.


Outro bom exemplo é a honestidade. Se para você ser honesto é algo muito importante, saiba que é, também, um valor muito importante na ascensão para uma vida de sucesso. É preciso ser sempre honesto consigo mesmo e com as pessoas que estão à sua volta. Se trata de um dos pilares mais valorizados, é um princípio que deve ser seguido em sua caminhada em direção ao sucesso.


Essa sua carta de valores é pessoal e intransferível, e todas as suas decisões devem ser baseadas nela. Uma atitude em desacordo com seus valores pode causar desconforto, e se isso não acontecer é preciso fazer uma revisão dos seus valores para perceber se algo mudou internamente ou se você está passando por cima de seus valores.

“Não procure ser um Homem de Sucesso, mas sim um Homem de Valor. ” – Albert Einstein


Determine seus objetivos

SOMENTE QUEM SONHA TEM UM OBJETIVO, MAS... ERON ROSA

Fonte da imagem: https://www.pensador.com/frase/NTU4MjQ0/


Determine seus objetivos: Por que você está escrevendo uma declaração de missão? Qual é o seu objetivo final? O que você pretende alcançar, utilizando seus talentos e seus valores?


Você sabe exatamente o que quer para a sua vida? Já parou para pensar e elaborar um plano claro e palpável sobre suas metas e objetivos, tanto de curto quanto de médio e longo prazo? Se a resposta é não, acalme-se, porque existem boas técnicas que podem te ajudar na hora de encontrar o caminho certo para definir seus objetivos.


Comece por definir tudo aquilo que você mais quer, em todos os aspectos da sua vida. Dessa forma vai conseguir ter em mente [e no papel] quais são os seus sonhos. Por exemplo, se quer ganhar muito dinheiro, esse é um valor meio, que te levará a um valor fim, ou seja, segurança, conforto, liberdade – realização pessoal e profissional.


Sabendo quais são os valores fim que você deseja alcançar, faça o exercício mental de visualizar todas as realizações que deseja obter e faça uma lista com todas elas. Esse exercício vai te ajudar a lembrar como é gratificante a sensação de poder sonhar livremente.

Para começar a colocar em prática, imagine de forma detalhada todos os passos que precisará dar para alcançar seus sonhos. Cada um de maneira individual. Depois, determine um prazo para realizar cada um dos seus objetivos. Especifique dia, mês e ano que você deseja concluir seu plano – lembre-se que é muito importante não procrastinar nem adiar seu sucesso.


E comprometa-se 100% com as metas e objetivos determinados. Você só conseguirá alcançar seus sonhos se comprometendo totalmente com seu objetivo. Tome atitudes coerentes, que te deixarão ainda mais perto de realizá-los.


Depois dos três passos definidos, preencha o modelo abaixo?

Minha missão é SER... (talentos/características), 

POR MEIO DE... (comportamentos), 

PARA CONQUISTAR... (objetivos gerais/financeiros).


Para descrever com clareza uma missão, se faz necessário a utilização de verbos fortes. Inclusive eles precisam estimular, motivar e direcionar nossas ações. Exemplos: apoiar, acreditar, amar, aplicar, inspirar, ser, servir, valorizar, viver, etc.


A iniciativa de possuir uma missão é para inspirar e apoiar você na tomada de decisões no dia a dia. Tornar-se-á mais fácil decidir o que “vai” ou “não” fazer. Se a atividade não estiver conectado com a sua missão pessoal, você possuirá respaldo para dizer “NÃO”, e não ficará com a consciência pesada.


Refletir um pouco sobre quem você realmente é, quais são os seus valores, suas principais qualidades e dons. Entenda o que é definitivamente importante na sua vida – ter estabilidade financeira, ter uma família, possuir liberdade geográfica? Todas essas escolhas podem guiar a sua verdadeira missão.


Uma declaração de missão pessoal é feita para ser simples, mas deve descreve tudo o que você deseja alcançar de sua vida. Lembre-se que não existe missão certa nem errada, para que sua missão pessoal funcione, basta que ela cumpra a importante função de lhe inspirar e lhe impulsionar na realização de seus objetivos de vida.

* Manager do Blogue desde Outubro de 2007. 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Gengis Khan e seu Falcão

Artigo redigido por Davide Gouveia*    
DG88|2007-2020

Hoje relembro uma lenda que faz parte do livro a "História secreta dos Mongóis", que nos apresenta uma reflexão importante aplicável às empresas e a tudo o resto.


A lenda:

Certa manhã, o guerreiro mongol Gengis Khan e sua corte saíram para caçar. Enquanto seus companheiros levavam flechas e arcos,Gengis Khan carregava seu falcão favorito no braço - que era melhor e mais preciso que qualquer flecha, porque podia subir aos céus e ver tudo aquilo que o ser humano não consegue ver.

Entretanto, apesar de todo o entusiasmo do grupo, não conseguiram encontrar nada. Decepcionado, Gengis Khan voltou para seu acampamento - mas para não descarregar sua frustação em seus companheiros, separou-se da comitiva e resolveu caminhar sozinho.
Tinham permanecido na floresta mais tempo que o esperado, e Khan estava morto de cansaço e de sede. Por causa do calor do verão, os riachos estavam secos, não conseguia encontrar nada para beber até que - milagre! - viu um fio de água descendo de um rochedo à sua frente.

Na mesma hora, retirou o falcão do seu braço, pegou o pequeno cálice de prata que sempre carregava consigo, demorou um longo tempo para enchê-lo e, quando estava prestes a levá-la aos lábios, o falcão levantou vôo e arrancou o copo de suas mãos, atirando-o longe.

Gengis Khan ficou furioso, mas era seu animal favorito, talvez estivesse também com sede. Apanhou o cálice, limpou a poeira, e tornou a enchê-lo. Com o copo pela metade, o falcão de novo atacou-o, derramando o líquido.

Gengis Khan adorava seu animal, mas sabia que não podia deixar-se desrespeitar em nenhuma circustantância, já que alguém podia estar assistindo à cena de longe e, mais tarde, contar aos seus guerreiros que o grande conquistar era incapaz de domar uma simples ave.

Desta vez, tirou a espada da cintura, pegou o cálice, recomeçou a enchê-lo - mantendo um olho na fonte e outro no falcão. Assim que viu ter água suficiente e estava pronto para beber, o falcão de novo levantou vôo, e veio em sua direção. Khan, em um golpe certeiro, atravessou o seu peito.

Mas o fio de água havia secado. Decidido a beber de qualquer maneira, subiu o rochedo em busca da fonte. Para sua surpresa, havia realmente uma poça d'água e, no meio dela, morta uma das serpentes mais venenosas da região. Se tivesse bebido a água, já não estaria mais no mundo dos vivos.

Reflexão sobre esta lenda:

Para que Servem as Emoções? É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos. ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY, O pequeno príncipe. 

Gengis Khan teve o maior império ininterrupto que alguma vez existiu no nosso planeta, como também soube liderar, integrar e gerir. 

Gengis Khan passou à historia com uma má fama e injusta, mas, apesar disso, não devemos esquecer que, entre todos os grandes conquistadores que a humanidade já conheceu, foi o único que nunca foi abandonado nem traído por nenhum dos seus generais. Nem Alexandre, nem Napoleão, nem Julio Cesar podem dizer o mesmo. Além disso, Temudjin, esta este o seu nome, dotou o povo mongol de um constituição, um alfabeto, uma escrita e um império. 

Ja todos tivemos daqueles dias de raiva em que parece que não é possível aguentar mais. Alguém nos ofendeu. Faltaram-nos ao respeito e estamos prestes a explodir. Nessa altura, nada nos importa e acreditamos que temos razões suficientes para arrasar tudo o que se ponha à nossa frente. Nesses dias, e nesses momentos, o melhor é respirar fundo. Agir depois, para não matarmos o falcão sem querer. 

Aristóteles disse que zangar-se é muito fácil, qualquer pessoa é capaz disso, mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa e com a energia necessária, isso já só os sábios. E o mesmo acontece no mundo empresarial. Não podemos ser demasiado susceptíveis, ser daquelas pessoas que estão sempre a "armar confusão". É péssimo para a nossa imagem e neutraliza uma arma que, se a soubermos usar, nos poderá ser muito útil. Como dizem os mais velhos: a ira é má conselheira

Segundo estudos realizados pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do livro "A Inteligência Emocional", (Editora Campus/Elsevier, 1995), 90% da diferença entre as pessoas que obtém grande sucesso pessoal e profissional, e aquelas com desempenho apenas mediano, se deve a fatores relacionados a competências comportamentais, mais do que às habilidades aprendidas na escola. 

O conjunto destas competências é o que podemos chamar de Inteligência Emocional. Elas têm cinco componentes principais: 

• Auto-percepção – que é a capacidade das pessoas conhecerem a si próprias, em termos de seus comportamentos frente às situações de sua vida social e profissional, além do relacionamento consigo mesmo.

• Autocontrole – ou capacidade de gerir as próprias emoções, seu estado de espírito e seu bom humor.

• Auto-motivação – capacidade de motivar a si mesmo, e realizar as tarefas e ações necessárias para alcançar seus objetivos, independente das circunstâncias.

• Empatia – habilidade de comunicação interpessoal de forma espontânea e não verbal, e de harmonizar-se com as pessoas.

• Práticas sociais – capacidade de relacionamento interpessoal e de trabalho em equipe. 


De toda esta história não poderemos tirar melhor conclusão do que aquela que o próprio Gengis Khan quando voltou ao acampamento com o falcão morto em seus braços mandou fazer uma reprodução em ouro da ave e gravou em cada uma das suas asas uma frase. Uma mais aplicada às empresas e a outra mais aplicada a vida, mas é bom lembrar as duas: 

"Mesmo quando um amigo faz algo de que você não gosta, ele continua sendo seu amigo".

Na outra asa, mandou escrever:
"Qualquer ação motivada pela fúria é uma ação condenada ao fracasso".

Atualmente, as empresas de sucesso já perceberam a importância de ter, em seus quadros, profissionais com habilidades comportamentais que vão além das competências técnicas. Sabem que treinar um jovem profissional em conhecimentos técnicos é tarefa relativamente simples, bastando muitas vezes alguns cursos de aperfeiçoamento ou uma pós-graduação. No entanto, encontrar profissionais que tenham perfil empreendedor, sejam bons comunicadores, tenham atitude de vencedores e saibam superar desafios é bem mais complicado.

É comum encontrar, profissionais que apesar de serem extremamente competentes do ponto de vista técnico, encontram grandes resistências nas organizações em que trabalham e também por parte dos clientes. Estes demonstram ter baixa Inteligência Emocional, refletida em sua incapacidade de trabalhar em equipe, dificuldade de comunicação, mau humor freqüente, entre outras limitações comportamentais. 

É comum ouvir frases como: “Você precisa ser racional no trabalho e não deixar suas emoções te atrapalharem”. Mas se você aprender a levar inteligência para suas emoções, como isso pode mudar a sua vida profissional?
Uma das consultorias empresariais mais renomadas do mundo, a TalentSmart, realizou uma pesquisa que apontou a Inteligência Emocional como responsável por 58% do desempenho de qualquer profissional. Talvez o seu nível de IE seja o fator que está separando você de alcançar suas metas no mercado de trabalho e fazer sua carreira decolar.
Uma das frases de Daniel Goleman que resume a importância de desenvolver sua IE diz que:
“[…] o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos – os que não têm autocontrole sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de controlar os impulsos é a base da força de vontade e do caráter.”
Portanto, não se trata de anular suas emoções, mas construir novos comportamentos, pensamentos e hábitos, para saber usar a Inteligência Emocional totalmente a seu favor. 

* Manager do Blogue desde Outubro de 2007. 

domingo, 5 de julho de 2020

Obedeça ao Número de Dunbar vs Liderança

Artigo redigido por Davide Gouveia*    
DG87|2007-2020

A obra intitulada Líderes se servem por último de Simon Sinek que li recentemente me mostrou um conceito que me fez refletir e explorar mais o assunto, conceito esse denominado de "Número de Dunbar. Abaixo ensinamentos sobre o tema que o fantástico Simon Sinek partilhou na obra. 

O professor Dunbar (professor da Universidade de Oxford, é um dos mais importantes
estudiosos da psicologia evolutiva)com base no volume do neocórtex, descobriu que as pessoas simplesmente não conseguem manter mais do que 150 relacionamento próximos.

Como Dunbar gosta de dizer: "Em outras palavras, é o número de pessoas com quem você não sentiria vergonha de se juntar para tomar uma bebida sem ser convidado caso encontrasse em um bar". 

Os Grupos mais antigos de Homo Sapiens viviam em tribos de caçadores/coletores que reuniam entre 100 ou 150 pessoas. As comunidades amish e huteritas reúnem cerca de 150 pessoas. Os bosquímanos da Africa da Sul e os nativos norte-americanos também vivem em grupos de 150 pessoas, no máximo. Até uma companhia de fuzileiros navais tem 150 pessoas. Esse número mágico é o número de relacionamentos próximos que conseguimos manter naturalmente. Qualquer coisa acima disso é um luta para nosso cérebro, então pessoas acabam saindo do fim a lista quando adicionamos mais ao topo.

O Número de Dunbar é importante quando se fala em gestão e liderança de equipes, ser líder passa por várias características pessoais, mas a organização pode influenciar negativamente sobre essa liderança ao definir sua estrutura organizacional. O número de Dunbar está estritamente ligado ao que chamamos de amplitude de controle que é o limite técnico de pessoas que um gestor pode liderar. Quando a própria estrutura da organização permite que um gestor ultrapasse esse limite, coloca em risco todo o processo sob seu controle.

Analisadas de perto, as razões para que os grupos funcionem melhor quando não têm mais de 150 pessoas fazem muito sentido. 
1. TEMPO: DIA = 24H -> Se reservarmos 2 minutos para cada pessoa que conhecemos, não conseguiríamos conhecê-las direito e, provavelmente, nunca formaríamos vínculos profundos de confiança.
2. Capacidade Cerebral: É por isso que o número de Dunbar é 150, embora alguns se lembrem de mais gente e outros, de menos. Além disso, como Dunbar percebeu em sua pesquisa, em grupos maiores que 150, as pessoas tendem a não se esforçar tanto no trabalho e a não se ajudarem tanto. É uma descoberta muito importante, uma vez que tantas empresas trabalham para crescer focalizando a eficiência de seus custos e ignoram a eficiência dos relacionamentos humanos.

Em última análise, é a força desses relacionamentos humanos que podem ajudar uma organização a controlar a escala. Por exemplo na construção das squads no Spotify, é aplicado a limitação do número de Dunbar [2], ou seja, em torno de 100 pessoas. O colosso empresarial Gore-Tek, que emprega mais de 10 mil colaboradores, continua também a organizar as suas fábricas e escritórios em grupos de trabalho não superiores a 150 pessoas.

Em organizações e/ou equipes pequenas, nas quais conseguimos conhecer todo o mundo, é muito mais fácil fazer o trabalho necessário para cuidar das pessoas. Por motivos óbvios, é mais provável, cuidarmos das pessoas que conhecemos do que daquelas que não conhecemos. Se uma pessoa na fábrica sabe quem é o contador e o contador conhece os operadores de máquinas, é maior a probabilidade de se ajudarem mutuamente. 

Quando um líder consegue conhecer pessoalmente todos os membros do grupo, a responsabilidade sobre eles se torna pessoal. O líder começa a considerar as pessoas por quem é responsável como membros de sua família. Do mesmo modo, os membros do grupo começam a se sentir donos de seu líder. Em um pelotão de fuzileiros navais cerca de 40 pessoas, por exemplo, geralmente eles se referem a seu oficial como "nosso" tenente; o oficial sênior, mais distante e menos visto, é simplesmente "o" coronel. Quando esse sentimento mútuo de propriedade entre líder e liderados começa a se perder, quando a informalidade é substituída pela formalidade, temos um sinal claro de que o grupo deve estar ficando grande demais para ser liderado com eficiência. 

Em organizações maiores, a única maneira de administrar a escala e manter forte o circulo de segurançaSimon Sinek é peremptório ao afirmar que nas várias organizações que estudou, as quais parecem desafiar a lógica vigente em épocas de crise, pois não procederam a nenhum despedimento, encontrou um padrão similar: em todas elas, os trabalhadores sentem-se seguros. Sentem que a pessoa que têm à sua esquerda, bem como à direita, estaria disposta a protegê-las caso algo de mal sucedesse. Todos os dias somos confrontados com perigos, seja na vida pessoal, como empresarial, e quando nos sentimos seguros, coisas extraordinárias começam a acontecer - é confiar nas hierarquias. Assim a única maneira de administrar bem em escala é fortalecer os níveis gerenciais. Eles não podem mais ser vistos como gerentes que controlam pessoas. Os gerentes precisam se tornar líderes que precisam assumir a responsabilidade de cuidar de seus liderados, gerando proteção. 

Falando de Liderança a definição antropológica de Simon que caracteriza um (bom) líder como alguém que coloca os interesses dos outros à frente dos seus próprios, tem também eco nas pesquisas que realizou sobre as tribos de homo sapiens. “Quando olhamos para os primórdios da humanidade, subjacente ao critério da existência de um alfa – um líder -, está também um compromisso face ao bem-estar do grupo”, garante. Ora, quando nos sentimos seguros no meio dos nossos semelhantes, existe uma predisposição muito maior para redireccionar a nossa energia no sentido de nos protegermos a nós próprios e aos nossos interesses. De acordo com os argumentos de Sinek, passa-se exactamente o mesmo no mundo moderno dos negócios.

As organizações em que as pessoas trabalham com maior eficácia enquanto equipas têm culturas significativamente diferentes daquelas em que os empregados tendem a não cooperar tão facilmente. Ou, por outras palavras, as organizações com culturas fortes que se concentram em colocar as necessidades das suas pessoas à frente das dos seus líderes são mais eficazes. Como sublinha o autor mais uma vez, são organizações onde os líderes “comem”por último.
Adicionalmente, e à medida que foi travando conhecimento com muitos líderes de excelência – muitos deles considerados como verdadeiros heróis [uma boa parte da sua pesquisa foi realizada, como já anteriormente mencionado, junto das forças militares dos Estados Unidos] – Sinek acabou por ter de recusar uma premissa que, inicialmente, tinha tomado como certa: a de que estas pessoas fora de série teriam de possuir um traço de personalidade específico que as distinguisse das demais. Todavia, quando começou a questioná-las sobre os motivos que as levavam a agir com heroísmo, arriscando as suas próprias vidas para ajudar os outros, a resposta era, geralmente, a mesma: “porque eles fariam o mesmo por mim”. E foi assim que, na sua pesquisa, partiu para uma nova hipótese: não são as pessoas extraordinárias que se tornam, necessariamente, heróis; ao invés, as pessoas heróicas são simplesmente, membros de organizações que possuem um nível muito elevado de confiança mútua.
“Somos, naturalmente, animais cooperativos. A nossa inclinação natural é para confiar e cooperar. Todavia, a confiança e a cooperação não funcionam como ‘instruções’. Não basta dizer ao outro que pode confiar em mim, e também não é possível ordenar a duas pessoas que cooperem entre si”, escreve o autor. “A confiança e a cooperação são sentimentos induzidos pelo ambiente onde trabalhamos, sendo que o mesmo é criado pelos líderes”, acrescenta.
Mais uma vez, o autor argumenta que quando os trabalhadores se “sentem seguros” e que quando os líderes mantêm o interesse dos mesmos em mente, a reacção natural dos humanos é “cuidar uns dos outros”, trabalhando mais arduamente, de forma mais inovadora e colocando ao serviço as suas melhores competências e talentos”.
Inversamente, quando os números têm prioridade sobre as pessoas, o resultado cifra-se numa organização na qual as pessoas não se sentem seguras. Por sua vez, ao não se sentirem seguras no seu interior, não reúnem as condições necessárias para trabalharem em conjunto de forma a enfrentar os inúmeros desafios provenientes do seu exterior. E quando o sentimento de segurança está bem patente – o já mencionado Círculo – o trabalho em equipe cifra-se em formas extraordinárias que dão origem ao sucesso de longo prazo.
Voltando ao tema central, o professor Dunbar descobriu que nas empresas maiores, aqueles com muitas centenas ou milhares de colaboradores que não estão distribuídos em grupos com menos de 150, os funcionários tendem a ter mais amigos fora do trabalho do que nele. Quanto maior o grupo de pessoas com quem trabalhamos, menor a probabilidade de desenvolvermos relacionamento de confiança com eles. 
Como complemento ao tema, resgato uma entrevista publicada no site da revista VEJA (https://veja.abril.com.br/ciencia/quantos-amigos-voce-consegue-ter/), em que Dunbar com algumas respostas aprofunda o exposto acima, partilho abaixo 3 perguntas e respostas que considero excelentes complementos a este tema: 
1. Como o senhor chegou ao “número de Dunbar”, que determina a média de 150 amigos por pessoa? Esse número se mantém o mesmo desde os primórdios da humanidade. Entre os primatas, a quantidade de amigos é determinada pelo tamanho do cérebro. Quanto maior o cérebro, maior é a capacidade do indivíduo de estabelecer vínculos de amizade. Os macacos, por exemplo, mantêm uma comunidade restrita a cinquenta integrantes. É uma fórmula de sucesso. Durante milhares de anos o ser humano viveu em aldeias e vilarejos. Há pouco mais de um século habitamos grandes cidades, com populações numerosas. Ainda assim, nosso círculo social funciona da mesma maneira de milênios atrás. Aqueles que conhecemos pessoalmente, em quem podemos confiar e com quem temos alguma afinidade não passa de 150. Um dos primeiros estudos que fizemos para comprovar esse número ocorreu em 1993, quando pedimos para que famílias inglesas enviassem cartões de natal para sua rede de conhecidos, uma tradição forte no país. Ao fim da pesquisa, descobrimos que o número de pessoas que receberam esses cartões foi aproximadamente esse, 150. Dentro desta rede estavam familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho.
2. Qual é o impacto das redes sociais digitais nas relações humanas, sobretudo nas de amizade? As redes, como o Facebook, mudaram a forma como nos relacionamos com os amigos que estão distantes e, por isso, tornaram-se tão populares. Elas criam, no entanto, a falsa impressão de que possuímos muitos amigos. Encontrar a pessoa pessoalmente e conviver com ela faz toda a diferença. Nesse sentido, o Skype é melhor, pois proporciona a “coexistência” do outro, ainda que virtualmente. O problema é que o Facebook classifica todo mundo como amigo. Muitos ali são apenas conhecidos – muitas vezes, quase desconhecidos. Compartilhar informações pessoais com quem não se tem intimidade cria a falsa sensação de amizade. Na realidade, a média de 150 amigos por pessoa mantém-se inalterada, independentemente das redes sociais digitais. 
3. Por que não conseguimos manter uma rede maior de amigos? O problema não é capacidade de memória. Conseguimos fazer isso com um número muito superior a 150 indivíduos – saber quem são e o que fazem. A questão é o tipo de relação que mantemos com as pessoas. Qual é o papel que elas têm em nossa vida? Quanto tempo nós investimos na relação com elas? Dos 150 amigos, cinquenta são considerados bons amigos. Desses, apenas quinze podem ser chamados de melhores amigos. E entre eles, somente cinco pertencem à categoria dos amigos íntimos, aqueles que você procura quando está com problemas, pede conselhos, busca consolo e até mesmo aceita dinheiro emprestado. É importante lembrar que o número 150 é uma média. Ele pode variar, conforme a personalidade de cada pessoa, suas habilidades sociais e seu gênero. Alguém com mais traquejo para lidar com os mais diversos tipos de pessoas, obviamente tende a ter um círculo de amizade maior. Da mesma forma, acontece com os extrovertidos –ainda que o vínculo estabelecido por eles seja menos profundo do que os firmados entre os introvertidos e seus amigos. 
Em síntese, a frequência do contato é sem dúvida o que mais importa na construção de uma amizade, relação entre líder e liderados e/ou colegas de trabalho. A intensidade da relação depende muito do quanto você vê a pessoa e do tempo que você gasta com ela. 
Portanto, por mais simples que seja um processo, organizações que desejam bons líderes devem estar atentas à sua estrutura organizacional de forma a não permitir que essas anomalias organizacionais ocorram. Se bons líderes nascem ou se formam, é uma longa discussão, mas ao ultrapassar o Número de Dunbar e a amplitude de controle, líder nenhum pode fazer um bom trabalho.
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domingo, 28 de junho de 2020

"Lista de Profissões no mundo: Vendedor"

Artigo redigido por Davide Gouveia*    
DG86|2007-2020

Hoje (28/06) Alfredo Soares (Co-fundador do Gestão 4.0) fez uma postagem* (link no final deste texto) com o titulo: "Lista de Profissões no mundo: Vendedor." 

CONCORDO 100%. "Nada acontece até que alguém venda algo."

Qual o momento da nossa vida que vendemos alguma coisa? Precisa necessariamente vender somente bens físicos? E sua imagem como profissional não conta? Suas idéias não contam? Como convencer uma pessoa que você é a pessoa certa, de que seu candidato é o correto? 

Normalmente não nos damos conta de como a VENDA faz parte do dia a dia de nossas vidas. Mas, quando avaliamos melhor, nos damos conta de que estamos quase sempre envolvidos nesse processo, seja no papel de vendedores ou de compradores. De um modo geral, acreditamos que a  VENDA ou o ato de VENDER  se resume ao esforço de  convencimento que acontece quando você, cliente, não quer comprar, e do outro lado tem alguém no papel de vendedor tentando lhe empurrar, a todo custo, algum produto. 

As pessoas enxergam vendedores como sendo aquelas pessoas que vendem serviços e produtos, seja nos estabelecimentos, nas ruas, de porta em porta, pelo telefone, whatsapp, mas não é bem assim.
É óbvio que essas pessoas são vendedoras, mas não paramos por aí, não é somente isso que se vende, muitas pessoas não trabalham diretamente como vendedor, todos vendemos algo, somos todos vendedores de nossos papéis e compradores esperançosos - tal como quem nos compra - dos papéis dos outros que nos rodeiam.  
Venda acontece em nossas vidas o tempo todo, sem que tenhamos consciência disso. Do momento que acordamos até a hora de irmos dormir, em todos os instantes, somos vendedores ou compradores. Da nossa imagem, nossas ideias, nossos projetos, sonhos. Se olharmos à nossa volta, vamos perceber que tudo que nos cerca foi vendido por alguém. Tal fato não se limita à aquisição de produtos. Quando vamos a um médico, dentista, restaurante, oficina mecânica, salão de beleza, academia, vamos atribuir um conceito de qualidade. É este conceito que irá determinar a nossa disposição de voltar ao estabelecimento ou indicar o serviço para alguma pessoa amiga desde que a venda tenha sido bem feita. Atender e tratar bem clientes é venda em estado puro. 
Outro exemplo, quando você vai a uma entrevista de emprego por exemplo, você está ali se vendendo, ou seja, colocando ao selecionador todas as suas qualidades, habilidades e conhecimentos, com isso, você precisa fazer com que este representante da empresa o(a) contrate e acredite no que você diz (vende).
Ou seja, caso a venda seja recíproca, ou seja, nós estamos vendendo algo para alguém e esse alguém está nos vendendo algo, muito comum nos relacionamentos pessoais, isso nos faz ser também um vendedor, muda o tipo de produto, de serviço, mas não muda o processo de venda, fazemos vendas todos os dias em nossas vidas, a diferença é única e exclusivamente alinhamento de conceitos, achamos que vender é algo relacionado somente a produtos e serviços.
Isso acontece em todos os momentos de nossas vidas, basta prestarmos atenção, vale tanto para a vida profissional como para a pessoal. Se você ainda não tinha se atentado a isso, comece logo a mudar este seu comportamento e suas ideias, todos somos vendedores, inclusive você.
A venda acontece o tempo todo em nossa vida. Quem sabe vender sempre vai mais longe.
Você já tinha percebido que também é um vendedor? 
Um Grande Abraço a Todos!
* Manager do Blogue desde Outubro de 2007.