Hoje, vou falar sobre inteligência, mais especificamente sobre a teoria das inteligências múltiplas desenvolvida pelo psicólogo
norte-americano Howard Gardner. Depois de muitos anos de pesquisas com a
inteligência humana, o psicólogo concluiu que o cérebro do homem possui NOVE tipos de inteligência.
As ideias de Gardner causaram
grande impacto nos anos 1980, justamente por apresentar um caminho
contrário ao do padrão de avaliação de inteligência mais aceito até
então, o QI. “Poucos gênios são gênios em tudo. Einstein era um gênio
matemático, Shakespeare era um gênio linguístico. Nós temos todos os
potenciais, mas alguns são mais desenvolvidos”, exemplifica Celso
Antunes, geógrafo, especialista em inteligência e cognição. São raríssimos os casos em
que uma pessoa possui diversas inteligências desenvolvidas. Podemos
citar Leonardo da Vinci
como um destes casos raros de genialidade. Ele foi um excelente pintor,
botânico, matemático, anatomista e inventor. Por outro lado, o Gardner afirma que são raros também os casos em que uma pessoa não
possui nenhuma inteligência.
Gardner ainda afirma que estas
inteligências apresentam-se de duas formas. Algumas pessoas já nascem
com determinadas inteligências, ou seja, a genética contribui. Porém, as experiências vividas também contribuem para o desenvolvimento de determinadas inteligências.
Os estímulos e o ambiente social são
importantes no desenvolvimento de determinadas inteligências. Se uma
pessoa, por exemplo, nasce com uma inteligência musical, porém as
condições ambientais (escola, família, região onde mora) não oferecem
estímulos para o desenvolvimento das capacidades musicais, dificilmente
este indivíduo será um músico.
Para basear a sua teoria, Gardner avaliou o trabalho de gênios – como o
músico Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) e o físico Albert Einstein
(1879 - 1955). Ele acreditava que as pessoas possuíam tipos de
inteligência diferentes e usou os casos para justificar sua teoria e
estabelecer os perfis, que hoje são nove. A ideia principal da Teoria
das Inteligências Múltiplas é a de que possuímos habilidades
diferenciadas para cada tipo de atividade e, portanto, possuímos mais de
um tipo de inteligência, embora todos os tipos estejam interligados.
Vou então descrever as 9 inteligências:
Inteligência Lógico – Matemática- Facilidade em
fazer cálculos, de encontrar padrões, ordem ou sequências. É a
inteligência característica de cientistas e matemáticos. Esta era a
inteligência testada por Binet no início dos testes de inteligência.
Inteligência Linguística – Sensibilidade para sons,
ritmos e significados das palavras. Capacidade de comunicar, facilidade
para transmitir ideias e de argumentação. Capacidade de improvisar e
contar histórias.
Inteligência Musical – Capacidade para discernir
sons, de apreciar, compor ou reproduzir música. Sensibilidade para
componentes musicais, como o timbre e texturas. Os compositores e
músicos possuem elevada inteligência musical.
Exemplo de uma criança (Tsung Tsung) prodígio no piano:
Inteligência Espacial – Capacidade para perceber o
mundo visual e espacial. Facilidade de perceber formas, distâncias, de
forma a manipular formas ou objetos, mentalmente ou fisicamente,
conseguindo inferir os seus movimentos e posições.
Inteligência Cinestésica – Capacidade de coordenação
grossa ou fina do corpo, em função de desportos, artes plásticas ou
cénicas, que pressupõem um conjunto harmonioso de movimentos corporais
precisos.
Inteligência Interpessoal – Capacidade de entender
as emoções, sentimentos, motivações e desejos das outras pessoas.
Inteligência típica dos psicólogos, professores e políticos. Associada à
empatia, à capacidade de perceber as outras pessoas.
Inteligência Intrapessoal – Capacidade de
compreender, gerir e descriminar os próprios sentimentos e emoções.
Aproveitando essa compreensão para a resolução dos seus próprios
problemas.
Inteligência Naturalista – É a capacidade de
reconhecer e classificar as espécies e organismos animais ou plantas e
interagir com eles. É a inteligência envolvida em causas ecológicas.
Inteligência típica dos zoólogos, biólogos, ambientalistas, etc.
Inteligência Existencialista/Filosófica – A mais recente das
inteligências propostas, implica consciência de si no universo.
Capacidade de ver o todo, mais que a soma das partes, capacidade de
sermos nós próprios e estarmos bem connosco próprios e com o mundo.
Saber quem é, de onde vem e para onde vai. Típica de pessoas como o
Dalai Lama.
Todos nós possuímos todas essas inteligências e somos capazes de
desenvolvê-las, mas acabamos tendo maior aptidão para umas ou outras. O
reconhecimento destas inteligências facilita processos de ensino mais
individualizados, que ajudam por exemplo o aluno a compreender os conteúdos nos
quais têm mais dificuldade, a partir de sua inteligência mais
desenvolvida.
Enquanto persistir a ideia de inteligência como unicidade
e não utilizarmos o plural, inteligências, nada vai mudar, na forma de ensino ou estrutura dos processos de seleção na empresa. Dificilmente existe uma atividade que estimule apenas uma
inteligência. Um professor por exemplo pode e deve utilizar a força lógico-matemática de um
aluno como rota para estimular outra habilidade.
Olhando para as 9 inteligências podemos afirmar que a análise e constituição do QI de um ser humano tem como base duas inteligências definidas por GARDNER, nomeadamente:
A questão é até pouco tempo atrás o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI). Mas o psicólogo Daniel Goleman, PhD, com seu livro "Inteligência Emocional"
retomou uma nova discussão sobre o assunto. Ele trouxe o conceito da
inteligência emocional (QE) como maior responsável pelo sucesso ou insucesso
das pessoas. A maioria da situações de trabalho é envolvida por
relacionamentos entre as pessoas. Desta forma pessoas com qualidades de
relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais
chances de obter o sucesso.
Mas, afinal o que isto de Inteligência Emocional?
A Inteligência Emocional está relacionada a
habilidades tais como motivar a si mesmo e persistir mediante
frustações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações
apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas,
ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu
engajamento a objetivos de interesses comuns.
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia
a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades:
1. Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre.
2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos,
adequando-os para a situação.
3. Auto-Motivação - dirigir emoções a serviço
de um objetivo é essencial para manter-se caminhando sempre em busca.
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais.
Olhando para estas habilidades podemos fazer o mesmo exercício de análise que fizemos para o QI conjugando com os tipos de inteligência de Gardner, assim:
QE = INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL + INTERPESSOAL
As três primeiras acima., i.e Auto-Conhecimento; Controle Emocional; Auto-Motivação., referem-se a Inteligência
Intrapessoal. As duas últimas, a Inteligência Interpessoal.
Goleman chega mesmo a afirmar que 80% das chances de sucesso de um
indivíduo são determinadas pelo chamado Q.E. (quociente emocional) e 20%
pelo que chamamos de Q.I.Com essa tese ele sublinhava que a inteligência emocional seria a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos.
As
organizações não podem mais ignorar a força
representada pelas pessoas que a integram, que, na
melhor das hipóteses, deve compor-se de funcionários
competentes, atualizados, ágeis e inovadores. Contudo, a
orientação moderna para o sucesso pressupõe que as organizações
saibam criar um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam
seguras e motivadas a crescer e a aprender com os
desafios requeridos por suas realizações.
As
aptidões emocionais estão trazendo mudanças radicais
nos ambientes das organizações, já que não há mais
dúvida de que as relações interpessoais entre os seus
profissionais constituem um fator prioritário à conquista
da excelência em todas as esferas. Lógica e intuição prometem fazer
a parceria definitiva no paradigma da empresa do terceiro
milênio, reafirmando o pensamento de que "só quem se
conecta com o invisível consegue fazer o impossível".
Nos últimos anos, inúmeros estudos mostram que inteligência emocional é
um pilar de sustentação para profissionais que tem um impacto
importante em resultados. O primeiro indicador de inteligência emocional
é perceber se o profissional tem uma auto-avaliação precisa. Ele
precisa ter a capacidade de se enxergar como ele realmente é ou o mais
próximo do que realmente é. Outro indicador é a compostura. A capacidade
de lidar com situações difíceis mantendo o eixo. Não significa ser
frio, não significa não ter reação. Significa conseguir manter a calma
ou a relativa calma, o controle das emoções, para conseguir ter
raciocínio e tomar as ações necessárias com a intensidade necessária.
O que acontece é que em situação de stress mantém a compostura, tem paciência, é cortês,
respeita os limites das outras pessoas. Tem tolerância à ambiguidade.
Nas situações ambíguas ele tem paciência para lidar com as situações até
que a questão se clarifique. As empresas têm essas situações com muita
frequência. Você recebe orientação de uma pessoa e daqui a pouco recebe
orientação de outra. Quem tem baixa inteligência emocional vai estourar.
A pessoa equilibrada vai dizer: “Me explica melhor, por qual razão você
está me dando essa orientação. Diga a sua visão. Eu recebi outra
orientação anterior, você quer que eu te diga para que possamos entender
melhor a sua visão?”.
Como se identifica se uma pessoa tem esta competência?
É uma combinação de coisas. A principal referência são os pais. Um bom
entrevistador sabe fazer as perguntas corretas. Ele tenta entender qual
foi a relação do indivíduo com os pais, qual era a profissão deles,
quantos irmãos esse profissional tinha. Tudo começa com a formação dos
pais.
Isso faz a diferença, detetar se existia a presença dos pais cobrando, exigindo até onde a
criança conseguia dar. A exigência de primeiro o trabalho depois o lazer
são os valores familiares. Isso vai compor o tecido dos valores do
indivíduo. Não é o tecido dos valores dos amigos. Quando os pais têm os valores alinhados, a probabilidade de o filho dar
certo aumenta drasticamente. Quando os pais têm os valores
desalinhados, a probabilidade de dar errado aumenta drasticamente. Não
se trata de pais terem ou não valores. Todo mundo tem valores. Até
Hitler tinha valores, o que ele não tinha eram princípios. A melhor forma de se descobrir os valores é através de exemplos reais,
de situações reais. É perceber como as pessoas se comportaram. É
entender o “como”. As melhores entrevistas são as que perguntamos “Me
conta como você fez isso”, “Me conta como isso aconteceu”. Vamos cavando
para extrair a verdade.
A mesma coisa no caso de assumir e aprender com os erros, é sinónimo de inteligência emocional, errar é humano, agora o que você faz com o aprendizado do erro é que
traz genialidade. É claro que se aprende com os acertos, mas
aprendemos muito mais com os erros em uma proporção de 100 para um. É claro que aprendemos com os pequenos erros e não com os grandes, porque
eles são traumatizantes. E o grande papel dos gerentes, lideres é conseguir fazer com esses pequenos erros se tornem em aprendizagens consistentes com os valores da empresa, na medida em que conseguirá ajudar a consertar o erro e também a motivar para ação sem bronca, mas sim com ensinamento para a melhoria, se o conseguir, sairá do clichê do líder que dá bronca quando algum colaborador erra, quando um líder consegue passar esse aprendizado com os erros, isso gera um efeito multiplicador maravilhoso.
Portanto, o homem que sabe reconhecer os limites da sua própria inteligência está com certeza mais perto da perfeição. Tendo em conta as variáveis e contingências da sociedade e ambiente profissional em que vivemos e viveremos nos próximos anos, só se conseguirá a perfeição ou perto dela, se a pessoa e/ou profissional aliar:
Inteligência Existencialista/Filosófica – A mais recente das
inteligências propostas, implica consciência de si no universo.
Capacidade de ver o todo, mais que a soma das partes, capacidade de
sermos nós próprios e estarmos bem connosco próprios e com o mundo.
Saber quem é, de onde vem e para onde vai. Típica de pessoas como o
Dalai Lama.
Acredito que se for feito um estudo dos grande lideres de empresas a nível mundial, se chegará a uma conclusão de que a maioria estará próxima de ter esta composição de QI + QE + Inteligência Existencialista/Filosófica.
Para finalizar, algumas dicas no vídeo abaixo de como desenvolver a inteligência emocional:
O fundamento básico deste blogue é contribuir para o debate sobre a Gestão de Pessoas nas organizações, tendo em conta o ambiente competitivo que se vive. A Gestão de Pessoas tem sido alvo de crescente interesse que decorre da evidência do seu impacto no desempenho organizacional, este facto, poderá constituir vantagem determinante no contexto de grande competitividade que caracteriza a economia nos dias de hoje.
Os RH deixaram de ser vistos como simples recursos com determinadas competências para executar tarefas e para alcançar os objectivos da organização, para claramente passarem a ser considerados pessoas na verdadeira a acepção da palavra: com valores, crenças, atitudes, aspirações e objectivos individuais.
O Gestor de Pessoas de hoje e do futuro integra uma equipa que partilha experiências e conhecimentos visando encontrar soluções para uma vasta variedade de problemas. Gerir pessoas deve ser mais que controlar procedimentos e rotinas, implica o envolvimento de todos os membros da organização, um investimento na criatividade e inovação como factores de diferenciação.
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Leitura Obrigatória
Referências
Alvin Toffler - Um mestre da gestão que efectuou previsões correctas sobre o que estava para vir - “O meu ponto de partida foi sempre a mudança “.
Daniel Goleman - Um mestre da gestão que está disposto a aprofundar as emocões - “É um risco ignorarmos as competências emocionais”.
Ian Mitroff - Um mestre da gestão que acredita que as organizações necessitam da “pessoa como um todo” - “Precisamos de novas formas de pensar sobre pessoas e organizações, e precisamos de novas formas de medir o input, output e desempenho como um todo”.
Jeffrey Pfeffer - Um mestre da gestão que destaca as pessoas na equação dos negócios - “Que outra dimensão existe nas organizações, para além das pessoas?
Jonas Ridderstrale - Um mestre da gestão que afirma que ser diferente é uma verdadeira mais-valia - “Quando se investe na imaginação humana – sentimentos e fantasia – o limite é o céu.
Kenichi Ohmae - Um mestre da gestão que vê o mundo através do portal do Japão - “Esqueçam os mitos ocidentais simplistas sobre a gestão nipónica. Há muito mais do que hinos de empresa e emprego para toda a vida”.
Leif Edvinsson - Um mestre da gestão sensível aos “activos intangíveis” da empresa - “Aquilo que não se vê está hoje a dirigir as economias do mundo. O capital intelectual das nações é a nova riqueza das nações”.
Peter Senge - Um mestre da gestão que lançou a ideia da organização "aprendente” - “No seu sentido mais simples, uma organização aprendente consiste num grupo de pessoas que estão continuamente a melhorar a sua capacidade de criarem o seu próprio futuro”.
Warren Bennis - Um mestre da gestão com uma paixão pela liderança - “O novo líder percebe e pratica o poder de reconhecimento”.